Um novo estudo arqueológico aponta que o Túmulo I, descoberto em 1977 no sítio de Vergina, na Grécia, não guarda os restos mortais de Filipe II, pai de Alexandre, o Grande, como alguns pesquisadores acreditavam. Segundo a pesquisa, publicada na edição de julho de 2025 do Journal of Archaeological Science, os ossos encontrados pertencem a um homem mais jovem, que morreu antes de Filipe II.
Além do homem, o túmulo abriga os restos de uma mulher e, como agora revelado, de seis crianças — número maior do que se sabia até então. O sepultamento está localizado sob um grande montículo funerário, próximo a outros túmulos associados à família real macedônia.
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Análises de radiocarbono indicam que o homem e a mulher viveram entre 388 e 356 a.C. Já Filipe II foi assassinado em 336 a.C., aos 46 anos. O homem enterrado tinha entre 25 e 35 anos, o que reforça a conclusão de que não se trata do rei.
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As crianças, por sua vez, foram enterradas bem depois, entre 150 a.C. e 130 d.C., em pleno período romano. Os pesquisadores acreditam que moradores da região aproveitaram aberturas deixadas por saques antigos para depositar os corpos dos bebês, algo comum na época.
A identidade do casal ainda é incerta, mas testes isotópicos sugerem que a mulher passou a infância em Pela, antiga capital da Macedônia, enquanto o homem teria vindo de outra região. A riqueza dos objetos encontrados indica que pertenciam à elite. O homem pode ter sido um rei anterior a Filipe II, como Alexandre II ou Pérdicas III, que governaram em tempos conturbados.
Já o paradeiro dos restos de Filipe II continua em aberto. Muitos estudiosos acreditam que ele está enterrado no Túmulo II, em Vergina, onde foi encontrado um sepultamento intacto com restos cremados de um homem de idade compatível.
O antropólogo Antonis Bartsiokas, que defende a tese de que Filipe II está no Túmulo I, disse que pretende responder ao estudo em um novo artigo.
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