Em meio à efervescência cultural do Nordeste dos anos 1970, um disco emergiu com força psicodélica e misticismo regional: Paêbiru – Caminho da Montanha do Sol. Gravado em 1975 por Lula Côrtes e Zé Ramalho, o LP se tornou um dos álbuns mais cultuados e misteriosos da música brasileira.
Lançado pelo selo Rozemblit, em Recife, o álbum mescla folk psicodélico, regionalismo nordestino e influências esotéricas. Cada lado do vinil representava um dos quatro elementos: terra, fogo, ar e água. O disco foi composto sob forte influência de cogumelos alucinógenos, segundo os próprios autores.
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Mas o que o tornou ainda mais lendário foi uma tragédia: uma enchente destruiu quase toda a tiragem original, restando pouquíssimas cópias intactas. Das 1300 tiradas, apenas 300 sobraram.
Com o passar dos anos, Paêbiru se transformou em objeto de desejo entre colecionadores no Brasil e no exterior. Alguns exemplares chegam a ser vendidos por mais de R$ 10 mil, tamanha a raridade e o culto em torno do disco.
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Ele também marca a estreia de Zé Ramalho antes de sua carreira solo estourar nacionalmente.
Mais do que um álbum raro, Paêbiru é um símbolo da ousadia artística nordestina, uma obra que rompeu barreiras culturais e continua a intrigar novas gerações.
Seja pelo som hipnótico, pelas lendas ao redor ou pelo valor de mercado, esse disco é um verdadeiro tesouro da música brasileira.
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