Advogado que processou Porta dos Fundos agora quer R$ 1 bilhão da OMS e da China por Covid-19

Anselmo Ferreira de Melo da Costa, que terá que pagar R$ 82 mil das custas do processo contra o Porta dos Fundos, usa a mesma teoria de Bolsonaro e Trump para justificar o processo contra a OMS por causa do Coronavírus

Especial do Porta dos Fundos e o advogado Anselmo Costa (Montagem)
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Condenado a pagar R$ 82 mil para arcar com os custos do processo que movia - e desistiu - pedindo R$ 1 bilhão do humorístico Porta dos Fundos, o advogado Anselmo Ferreira de Melo da Costa, que preside a Igreja Templo Planeta do Senhor, agora entrou na Justiça contra o governo da China e a Organização Mundial da Saúde, pedindo a mesma indenização bilionária "a ser revertida para o fundo em prol à população afetada pela covid-19 no Brasil".

"A ação civil que ingressamos busca reparar danos causados pela negligência e omissão da Organização Mundial da Saúde, organismo internacional, possível de ser demandado, conforme se dispõe o art. 109, II, da CF/88, não restam dúvidas quanto a sua possibilidade de figurar no polo passivo. Ocorre que, acredita-se que os danos poderiam ter sido menores, se então a população tivesse sido alertada tempos antes, logo quando ocorreram os primeiros casos na China, o que evidencia a negligência da OMS e sua ineficiência”, diz o advogado em seu site.

A ação é movida em nome da igreja que preside. Na justificativa, Ansemo usa a mesma teoria da conspiração repetida por Jair Bolsonaro e Donald Trump.

“O que se nota é que a Requerida [OMS] está mais preocupada com interesses políticos do que com a própria saúde em si. É notório que a colaboração da OMS, junto a China, para retardar os alertas decorrentes do vírus, atrapalharam, e muito, as devidas pesquisas quanto à doença causada pelo mesmo e a respectiva cura”, afirma trecho da ação.

Porta dos Fundos
Em nome da sua igreja, Melo da Costa também entrou com ação contra o Porta dos Fundos, dizendo que se sentiu desrespeitado na sua fé cristã quando o filme fez uma representação de um Jesus Cristo homossexual.

Após seis meses de luta na Justiça, a igreja desistiu do processo porque a juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Patrícia Conceição, não deu o direito da Justiça gratuita.

Sem o benefício, e com uma ação bilionária, a conta das custas do processo ficou para o advogado que tomou um prejuízo de R$ 82 mil reais.

Se a igreja fosse até o final do processo e perdesse, teria que pagar 10% do valor da causa a título de honorário.