Ancine é premiada por apoio à arte contra "governo fascista" de Bolsonaro, mas rejeita honraria

Prêmio especial foi concedido pela Online Film Critics Society (OFCS), que reúne 284 críticos de cinema de todo o mundo, pelo "apoio à arte contra ataques de seu governo"

Jair Bolsonaro e o ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim (Foto: Divulgação)
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A Agência Nacional de Cinema (Ancine) recebeu um prêmio especial da Online Film Critics Society (OFCS), maior associação de críticos de cinema que atuam na internet no mundo, pelo "apoio à arte contra ataques de seu governo". "A cada ano, o OFCS também pede que seus membros nomeiem pessoas e organizações para reconhecimento especial. Esses prêmios especiais são atribuídos a conquistas que não estão diretamente relacionadas à produção cinematográfica ou mesmo à própria indústria cinematográfica. Este ano, o OFCS optou por homenagear a Agência Nacional de Cinema (Agência Nacional de Cinema do Brasil) por seu trabalho de apoio à arte contra ataques de seu governo fascista", anunciou a organização, que reúne 284 críticos de cinema de todo o mundo, em seu site, nesta segunda-feira (6). Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na edição desta quarta-feira (8) da Folha de S.Paulo, a honraria foi rejeitada pela agência reguladora do mercado de cinema no Brasil. Em nota, a Ancine diz que “rejeita enfaticamente a premiação e lamenta a atitude que desrespeita o povo e a democracia brasileira”. Bolsonaro Em um de seus últimos atos em 2019, Jair Bolsonaro vetou integralmente o projeto de lei que prorrogaria até 2024 o Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica (Recine) e a Lei do Audiovisual, que têm o objetivo de oferecer incentivos tributários às produções cinematográficas brasileiras. O projeto de lei havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados no começo de dezembro e, em seguida, foi votado pelo Senado, que também deu aval para a prorrogação dos incentivos. Decisão incomodou o presidente, que justificou o veto por “razões de inconstitucionalidade”. De acordo com Bolsonaro, o projeto criaria despesas obrigatórias ao Executivo sem que se tenha indicado a fonte de custeio. O veto, no entanto, ainda será analisado pelo Congresso Nacional, que pode derrubá-lo.