Angela Maria, a Rainha “Sapoti”, morre aos 89 anos, em São Paulo

Foi, de acordo com pesquisa Ibope, por um longo período, a cantora mais popular do Brasil

Angela Maria. Foto: Divulgação / Murilo Alvesso
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Morreu, na noite deste sábado (29), aos 89 anos, a cantora Angela Maria, uma das rainhas do rádio. Apelidada por Getúlio Vargas de “Sapoti”: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti", a cantora não resistiu a uma infecção generalizada, após 34 dias de internação no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. A cantora será velada e sepultada neste domingo (30) no Cemitério Congonhas, na zona sul da capital paulista. O empresário Daniel D’Angelo, marido da cantora, divulgou um vídeo no Facebook onde, emocionado, anuncia a morte da cantora. "É com meu coração partido que eu comunico a vocês que a minha Abelim Maria da Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus", disse emocionado, ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do casal e de um outro rapaz. Sucesso estrondoso Angela Maria fez um sucesso estrondoso entre as décadas de 50 e 60. Intérprete de canções como Babalu (Margarita Lecuona), Gente Humilde (Garoto/Chico Buarque/Vinicius de Moraes), Cinderela (Adelino Moreira) e Orgulho (Waldir Rocha/Nelson Wederkind), serviu como fonte de inspiração para artistas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Cesária Évora e Gal Costa. Foi, de acordo com pesquisa Ibope, por um longo período, a cantora mais popular do Brasil e conquistou a admiração de personalidades como Édith Piaf, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Amália Rodrigues e Louis Armstrong. No ano de 1994, o cantor Ney Matogrosso gravou o disco “Estava escrito”, em homenagem a Angela Maria. O álbum contém canções do repertório da cantora e que ficaram consagradas em sua voz. Em 2011, após 45 anos do surgimento da série Depoimentos para a Posteridade do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi convidada em 23 de agosto para deixar registrada sua história. Na entrevista contou passagens importantes de sua carreira artística, afirmando ter gravado 114 discos e vendido cerca de 60 milhões de exemplares. Nas eleições municipais de 2012, candidatou-se a vereadora da cidade de São Paulo pelo PTB, porém não se elegeu. Em 2015, é lançada a sua biografia escrita pelo jornalista Rodrigo Faour, que contou com depoimentos preciosos da cantora.