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A autora carioca Ana Maria Machado, 77, muito conhecida por sua obra infanto-juvenil, afirmou, em entrevista à Biblioteca da Vivi, da jornalista Vivian Masuti, da Folha, publicada nesta segunda-feira (14), que ainda há “grandes diferenças” entre os dias atuais e a época da ditadura, mas não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ): “Retrógrado e ridículo. Página infeliz de nossa história. Mas vai passar”.
Sobre o hábito de pouca leitura do brasileiro, Ana Maria Machado disse que a razão está em “um histórico de pouca educação em geral. De negação de escolas boas à população. Isso dá pouca intimidade com a palavra escrita, uma certa intimidação diante dos livros. Até mesmo medo, muita gente cresce achando que podem ser assustadores, perigosos, ameaçadores”, disse.
Feminista desde 1960, como ela mesma se define, a autora, que se exilou durante a ditadura militar, se orgulha de escrever personagens femininas fortes, que dizem “não” com frequência. “Elas são fortes, questionadoras, dizem ‘não’, com frequência são rebeldes, tomam as rédeas do destino. Mulher insubmissa é algo que na minha obra surge naturalmente e está em toda parte. Os exemplos são inúmeros, de ‘Bisa Bia, Bisa Bel’ a ‘A Princesa que Escolhia’.