Começa no DF a quarta edição do Favela Sounds com atrações gratuitas de várias partes do mundo

O festival conta com shows de Black Alien, Tássia Reis, Tuyo, Majur, Shevchenko & Elloco, além de oficinas formativas, debates em escolas públicas, atividades no sistema socioeducativo e o novo Favela Talks

Foto: Rômulo Juracy
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O Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia chega em 2019 à sua 4ª edição com ampla programação gratuita. O objetivo de conectar periferias do Brasil e do mundo continua sendo um dos objetivos, além de fazer um panorama e apontar tendências da música de quebrada. O festival acontece entre os dias 11 e 17 de novembro, apresentado pela Oi e com apoio da Oi Futuro. A programação ocupa diversas RAs (Regiões Administrativas) do DF e os shows acontecem no espaço Arena Lounge do Estádio Nacional Mané Garrincha. A 4ª edição traz novidades para o público, como mais uma etapa do Favela Talks, dividido em cinco blocos de atividades ou etapas. O primeiro, chamado de Ralação, é voltado para a formação de jovens na cadeia produtiva da cultura, com quatro oficinas profissionalizantes, que acontecem entre os dias 11 e 14 de novembro, nas Regiões Administrativas. O temas das oficinas são diversos. Discotecagem, ministrada pela DJ Donna (DF), eleita como melhor DJ pelo prêmio Women’s Music Event, na Casa Akotirene, exclusivamente para o público feminino. Beat making com o instrutor Felipe Pomar, integrante da banda Trap, Funk & Alívio (BA) – que também compõe a programação de shows do festival (o Baile) – e será realizada na UAMA do Paranoá. O objetivo desta oficina é ensinar aos jovens técnicas de criação de beats – parte essencial na produção de faixas de funk e rap, de modo que eles possam trabalhar de seus próprios computadores. Literatura negra, também voltada para o público feminino e ministrada por Zane do Nascimento e Hellen Rodrigues, criadoras do projeto Escrevivências, que tem como objetivo apresentar trabalhos produzidos por autoras de literatura negra-feminina brasileira. A última oficina é aos empreendedores de quebrada e será ministrada em parceria com o Instituto Sicoob, no Complexo Cultural de Planaltina. Educação financeira para empreendimentos criativos sobre como administrar um pequeno negócio e com aconselhamentos individuais  ao participantes sobre seus projetos. A segunda etapa acontece entre os dias 13 e 14 de novembro e é chamada de Papo Reto. Nela, o Favela Sounds adentra três escolas da rede pública de ensino do DF com um convidado especial para uma conversa motivadora e um pocket show. Repetindo o sucesso de 2018, a rapper e historiadora Preta Rara (SP) será a responsável por essas apresentações, contando um pouco sobre sua trajetória enquanto mulher negra, periférica e ex-empregada doméstica, estabelecendo uma conexão com a realidade vivida pelas crianças e adolescentes. A terceira etapa é o “Tamo Junto”, entre 11 e 14 de novembro acontece em três unidades do Sistema Socioeducativo do DF para dialogar com jovens que cometeram infrações e estão cumprindo medidas educativas com ou sem privação de liberdade. A rapper e pedagoga Vera Verônika (DF) é a condutora desta atividade que tem como objetivo inspirar os jovens em seus passos pós-cumprimento das medidas. Além de um espaço de troca de experiências e diálogo, Vera apresenta um pocket show e abre o microfone para jovens que queiram compartilhar um pouco de suas criações musicais. Uma das novidades do Favela Sounds 2019 é o Favela Talks, etapa de diálogos abertos ao público inspirado no formato TED Talks, onde figuras importantes no universo da produção cultural e musical de quebrada são convidadas para compartilhar um pouco de suas experiências de vida e profissão. Na estreia, dia 15 de novembro, no Birosca do Conic, o Favela Talks recebe Ana Paula Paulino (MG), empresária e produtora artística responsável pela carreira de grandes nomes do funk como MC Carol, Heavy Baile e Abronca. Preta Rara também participa com o lançamento de seu livro “Eu, empregada doméstica” (2019) e sua história de vida. Quem encerra esse ciclo é o muralista inglês Dreph, convidado da primeira residência artística do festival (realizada entre 01 e 15 de novembro, no Sol Nascente), que dividirá suas experiências como artista plástico. Dreph já retratou rostos de importantes figuras da diáspora em algumas das maiores cidades do mundo, além de compartilhar sua experiência com os jovens do Sol Nascente. Fechando com chave de ouro a programação do Favela Sounds, o Baile ocupa o espaço Arena Lounge do Estádio Nacional Mané Garrincha com uma programação com 20 shows. Realizado nos dias 16 e 17 de novembro (sábado e domingo), o Baile traz nomes nacionais, internacionais e presenças importantes da cena musical periférica do DF. O sábado começa às 16h30, com abertura do Afoxé Ogum Pá (DF), parte do Ilê Axé T’oju Labá, com um cortejo que abre caminhos para os shows. Após o cortejo, Doralyce (PE) sobe ao palco com show do disco Canto da Revelação (2017). Em seguida, Taliz (DF), rapper que tem ganhado destaque no cenário local, Majur (BA), que conquistou o cenário nacional dividindo com Emicida e Pablo Vittar os vocais do single “Amerelo”, e Alt Niss (SP), rapper paulista que lança na cidade seu elogiado álbum “A Linha Tênue”. Quem também sobe ao palco é a banda Gato Preto (Moçambique/Alemanha), pela primeira vez na América Latina, que chega ao Favela Sounds com apoio do Goethe-Institut para apresentar seu show afrofuturista e hipnotizante, aclamado em alguns dos palcos mais importantes do mundo. Além deles, compõem a programação Enme Paixão (MA), artista drag queen que traz a cultura dos paredões maranhenses ao universo pop LGBT, DJ Byano (RJ), criador do baile da Chatuba e residente no Baile da Gaiola, com o melhor do funk carioca 150 BPM e o DJ Tyrone (DF) com um apanhado de grandes clássicos do funk. Ainda no sábado a rapper Tássia Reis (SP). Com mais de 10 anos de carreira e referência do rap feminino no Brasil, lança em Brasília o álbum “Próspera”, elogiado pela crítica e que promete ser sensação entre o público da cidade. Fecha a programação do dia a banda Shevchenko & Elloco (PE), donos das paradas de sucesso de Recife e com milhões de visualizações no Youtube, o grupo é um dos maiores destaques do movimento brega-funk. O domingo tem início às 17h30 com o grupo de samba 7 na Roda (DF), promovendo uma grande roda para começar o dia em alto astral. Segue-se a eles Prethaís (DF), rapper da nova geração do DF e uma das fundadoras da Casa Akotirene com letras fortes e pungentes ao palco. Em seguida a banda Tuyo (PR), com vozes doces e letras que falam de amor, o grupo já conta com grande número de fãs e tem sido pedida certa nos principais festivais do país. Djam Neguin (Cabo Verde) é a segunda atração internacional do festival. Fruto da participação do Favela Sounds no Atlantic Music Expo (AME 2019 – com apoio do programa Conexão Cultura #Negócios), o artista se apresenta pela primeira vez no Brasil, com sua pegada R&B dançante. A Bahia chega em peso ao segundo dia de Baile, com Vandal, rapper veterano e ao mesmo tempo propulsor de tendências no Hip Hop de Salvador; Trap, Funk & Alívio, banda do Nordeste de Amaralina que, tal como o nome indica, mistura trap e funk em um show enérgico e de alto impacto visual. A contagiante Dama do Pagode, um dos principais nomes da novíssima e potente geração de mulheres líderes de bandas pagode de Salvador. Ela promete um show típico dos paredões mais conhecidos das periferias da Bahia, como compositora de letras fortes e de grande apelo popular de sua geração. DJ Donna (DF) com set diferenciado de rap, R&B e afrobeat, e Iasmin Turbininha (RJ), primeira mulher a produzir funk 150 BPM no Rio de Janeiro e residente do Baile da Nova Holanda. Quem fecha a noite é Black Alien (RJ), rapper carioca que lança o disco “Abaixo de Zero: Hello Hell”, indicado por público e crítica especializada como disco do ano de 2019 e vencedor do Prêmio Multishow na mesma categoria. Com show renovado e ao lado dos beats criados pelo produtor Papatinho, Black Alien traz ao palco canções que contam sobre sua difícil relação com as drogas e sua superação de seguir na arte e vivendo do rap. Desde 2018, o Favela Sounds busca apresentar um lineup representativo e que valoriza a equidade de gêneros, com pelo menos 50% de atrações femininas. Além disso, o festival reforça seu compromisso com a pluralidade e diversidade, elencando importantes vozes LGBTs em sua programação. Outra ação importante do festival é o transporte gratuito para os dias de Baile. No sábado e no domingo, o Favela Sounds oferece ao público 10 ônibus saindo de diferentes RAs do DF com direção aos shows e retorno às mesmas localidades ao fim da noite. A lista de RAs atendidas será disponibilizada nas redes sociais do festival. Todas as atividades do festival são gratuitas. As inscrições para as oficinas e para o Favela Talks estão abertas e disponíveis no site do festival. A entrada para o Baile é gratuita até às 21h, após esse horário, a entrada é com a doação de 1kg de alimento. Os ingressos, mesmo cortesia, precisam ser emitidos pelo site da Sympla. As atividades em escolas públicas e no Sistema Socioeducativo são exclusivas para seus públicos internos. Realizado pela Um Nome Produção e Comunicação, o festival conta com patrocínio da Oi e da Skol Puro Malte e apoio da Oi Futuro, Pontes, British Council, Goethe-Institut, Sicoob, Spotify, CMA Advogados, Secretaria de Juventude, Secretaria de Esportes, Secretaria de Justiça e Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Este projeto é realizado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura do Distrito Federal. Sobre a Residência Prefixo Favela: Dreph Em 2019, o Favela Sounds apresenta sua primeira residência, com o artista plástico inglês Dreph. Ele permanece no Distrito Federal para 15 dias de atividades junto a jovens grafiteiros da favela do Sol Nascente e habitantes de outras regiões de alta vulnerabilidade social do DF, em atividade realizada entre os dias 1 e 16 de novembro com patrocínio do Brtish Council e Oi Futuro por meio do Pontes. Nome fundamental na arte urbana em Londres, o artista Neequaye Dreph Dsane mantém há décadas uma vasta pesquisa sobre identidade, migrações, raça e diáspora, que se transmutam em grandes painéis pintados nas ruas de Brixton e outros bairros da cidade, retratando figuras de grande responsabilidade no histórico dos deslocamentos humanos em território inglês, conferindo a estes personagens o merecido reconhecimento por suas lutas em prol da população migrante. Serviço – Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia Quando: 11 a 17 de novembro de 2019 Onde: diversas RAs e shows no espaço Arena Lounge do Estádio Nacional Mané Garrincha Ingressos: Entrada franca para todas as atividades Inscrição para oficinas: www.favelasounds.com.br Emissão de ingressos para o Baile*: Sympla (https://www.sympla.com.br/favela-sounds-2019---o-baile__705861) *Após às 21h a entrada para o Baile será realizada com doação de 1kg de alimento. Mais informações: [email protected] / favelasounds.com.br / fb.com/favelasounds / Instagram: @favelasounds Realização: Um Nome Produção e Comunicação PROGRAMAÇÃO COMPLETA DETALHADA Ralação – Oficinas 11 a 14 de novembro Inscrições disponíveis no site: www.favelasounds.com.br Discotecagem para mulheres, com DJ Donna Quando: 11 a 14 de novembro, das 14h às 18h Casa Acotirene (QNN 23, Conjunto J, casa 35, Ceilândia) Literatura Negra – Escrevivências, com Zane do Nascimento e Hellen Rodrigues Quando: 11 a 14 de novembro Onde: Casa de Paulo Freire (Quadra 201, Conjunto 20, Casa 7, São Sebastião) Beat Making, com Felipe Pomar (Trap Funk & Alívio - BA) Quando: 12 a 14 de novembro Onde: UAMA Paranoá (Quadra 5, Conjunto 3, Área Especial D, Paranoá) Educação financeira para empreendimentos criativos, apresentada pelo Instituto Sicoob Quando: 13 e 14 de novembro Onde: Complexo Cultural de Planaltina (Avenida Uberdan Cardoso, Setor Administrativo, Via WL 02, Lote 2, Planaltina) Papo Reto – Debates (etapa restrita a alunos da Rede Pública das escolas atendidas) Com Preta Rara (SP) 13 de novembro – Quarta, às 15h30 - Centro de Ensino Fundamental 1 da Candangolândia. Para jovens de 12 a 15 anos. 14 de novembro – Quinta, às 14h - Caic Albert Sabin de Santa Maria. Para jovens de 9, 10 anos. 14 de novembro - Quinta, às 20h45 - Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia. Para jovens entre 16 e 20 anos. Tamo Junto – Atividades no Sistema Socioeducativo (etapa restrita a internos das unidades atendidas) De 11 a 14 de novembro, em três unidades de RAs de maior vulnerabilidade social do DF com a rapper e pedagoga Vera Verônika Favela Talks 15 de novembro, na Birosca do Conic, 18h 18h – Felipe Pomar – TrapFunk&Alívio (BA) 18h50 – Dreph (GBR) 19h40 – Ana Paula Paulino (RJ) 20h30 – Preta Rara (SP) – Lançamento do Livro “Eu, empregada doméstica” Birosca convida FAVELA SOUNDS - Festa de abertura do festival 15 de novembro, na Birosca do Conic, 22h Com Djam Neguin (Cabo Verde), DJ Donna (DF), Felipe Pomar – TrapFunk&Alívio (BA) e Tyrone (DF) Cortesias disponíveis no Sympla para entrada até às 23h. Baile – Shows 16 e 17 de novembro, no espaço Arena Lounge do Estádio Nacional Mané Garrincha Entrada franca com emissão de ingressos pelo Sympla*: *Após às 21h a entrada apenas será realizada mediante doação de 1kg de alimento. 16 de novembro - sábado Afoxé Ogum Pá (DF) Doralyce (PE) Amaro (DF) Majur (BA) Alt Niss (SP) Gato Preto (Moçambique/Alemanha) Enme Paixão (MA) Tássia Reis (SP) DJ Byano (RJ) Shevchenko & Elloco (PE) DJ Tyrone (DF) 17 de novembro – domingo 7 na Roda (DF) Prethaís (DF) Tuyo (PR) Djam Neguin (Cabo Verde) Vandal (BA) Trap, Funk & Alívio (BA) A Dama do Pagode (BA) DJ Donna (DF) Black Alien (RJ) Iasmin Turbininha (RJ)