Contrabaixista capixaba Andrey Gonçalves lança nos EUA, onde vive e estuda, seu CD de estreia

Radicado há oito anos nos EUA, contrabaixista capixaba lança “Nocturnal Geometries”, acompanhado por músicos americanos

Foto: Jeff Janczewski/Divulgação
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O contrabaixista e compositor capixaba radicado nos Estados Unidos há oito anos, Andrey Gonçalves, acaba de lançar o seu primeiro disco solo, “Nocturnal Geometries”, já disponível nas plataformas digitais, cercado por um sexteto de músicos.

Nestes oito anos nos Estados Unidos, onde cursa Doutorado em Jazz e Educação Musical pela Universidade de Illinois - instituição onde também ensinou práticas de contrabaixo e big band por três anos, o músico já acumulou várias experiências. Tocou, entre outros, com Frank Gambale, Chuchito Valdés, Alain Broadbent, Willy Thomas e Denis DiBlasio.

Se apresentou também com a Orquestra Cívica de Champaign-Urbana, Orquestra Sinfônica de Champaign Urbana, a Orquestra de Sopros Sacred Winds e a Milikin-Decatur Symphony Orchestra, além de apresentações com o violoncelista/cantor pop Ben Sollee e o quarteto de trombones Maniacal 4.

Como músico de estúdio, Andrey já gravou em 27 discos, produziu 5 outros e compôs trilhas para 3 jogos de computador. Atualmente, ele é professor de contrabaixo acústico e elétrico na Olivet Nazarene University ao sul de Chicago, na cidade de Bourbonnais, Illinois.

Composições originais

Capa. Foto: Jeff Jankzewski/Divulgação

“Nocturnal Geometries”, seu CD de estreia, é composto por músicas que o baixista criou ao longo de um ano sob a orientação de seu professor de composição Jim Pugh, que já foi trombonista de nomes como Chick Corea e atualmente toca com Steely Dan. Utilizando técnicas modernas sugeridas por Pugh, a forma de composição conferiu aos temas uma roupagem mais contemporânea. “Nos anos de 2016, eu iniciei meu doutorado em Jazz e Educação Musical na Universidade de Illinois. Eu decidi fazer aulas de composições com extraordinário trombonista e professor Jim Pugh. Foi um processo de aprendizado muito bonito e pude desenvolver novas formas de comunicar minhas ideias e expandir os caminhos harmônicos e melódicos de minhas músicas”, revela Andrey. “Durante um ano, eu compus todas as semanas, geralmente a noite, no silêncio do meu quarto. Era eu, o piano, o lápis e a partitura. Reparei que as técnicas que estava estudando tinham nomes ou conceitos geométricos: quadrad, pentatonic, ocatonic. Além disso, o silêncio noturno foi um elemento essencial para instigar a minha criatividade enquanto eu lidava com o caos e o estresse do primeiro ano de doutorado”, explicando o conceito e o título do álbum.

“Dois anos depois, cinco músicos fenomenais abraçaram o projeto do meu primeiro álbum e assim iniciei a produção do disco. As sessões no estúdio foram bem rápidas pois gravamos tudo ao vivo e fazendo leitura à primeira vista (sim o conceito era captar a música com o máximo de espontaneidade possível!). Para gravar tudo ao vivo, foi um desafio colocar seis músicos na sala de gravação. Estávamos tão próximos que podíamos escutar as batidas do coração e a respiração de cada um”, comenta Andrey para, em seguida, ressaltar a experiência fantástica e um grande momento de comunhão musical que se formou no estúdio. “Cada um representava um mundo musical diferente, mas estávamos unidos pela mesma pulsação, estabelecendo nossas opiniões musicais, improvisando e criando um diálogo único com nossos sons”.

Os arranjos, elaborados em parceria com o trombonista Ethan Evans, deixam o sexteto livre para promover uma fusão de música brasileira, jazz e ritmos caribenhos. Gravado em janeiro de 2019 com músicos ativos nas cenas jazz de Chicago, Utah, Detroit, West Virginia e Denver, o CD teve seu lançamento suspenso no ano passado por conta da eclosão da pandemia do coronavirus.