Daniel Filho suspeita que Regina Duarte possa ter se apaixonado por Bolsonaro

O ex-marido e colega de 55 anos suspeita até de problemas psicológicos e não entende como “ela se une a um assassino. Que é tão perigoso quanto foi a ditadura”

Foto: Montagem/Reprodução
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O diretor Daniel Filho, 82, afirmou, em entrevista sobre a secretária de Cultura, Regina Duarte, 73, para a Folha, publicada nesta sexta-feira (15), que não entende o que acontece com a ex-esposa, amiga e parceira profissional.

O diretor suspeitou de problemas psicológicos, dupla personalidade e até mesmo a possibilidade de ela estar apaixonada, quem sabe pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ).

“Eu a considero a namoradinha do Bolsonaro hoje. Será que ela se apaixonou pelo Bolsonaro? Estamos todos preocupados e lamentando o que a Regina está fazendo. Será que ela realmente acha que o Brasil vai melhorar com o Bolsonaro? Essa pandemia, então, arrebenta tudo, e ela se une a um assassino. Que é tão perigoso quanto foi a ditadura”, alerta.

Em um apelo dramático, Daniel Filho chega a pedir para ela largar o cargo “porque não deu certo, é uma peça que não foi bem de público e de crítica. É melhor fechar o pano para o prejuízo ser o menor possível, apesar de que já deu grande prejuízo”, diz.

CNN

O diretor lembra também que “o primeiro susto que tomei com a Regina foi na declaração de que ela tinha medo do Lula [campanha de José Serra à Presidência em 2002]. Mais do que a declaração, que podia ter sido ‘não concordo com o Lula’, o que me deixou impactado foi a forma. Era uma coisa raivosa, estranha, não sei dizer se ela foi usada, se os usou”.

Ele conta que estranhou também quando ela foi varrer a rua com o Doria (ao assumir como prefeito de São Paulo, em 2017, João Doria se vestiu de gari e varreu ruas em uma ação de marketing do programa Cidade Limpa). “Mas estou aqui falando com você porque não entendi que pessoa era aquela da entrevista da CNN. Comentei com amigos próximo para ver se alguém conseguiu entender. Dizer simplesmente ‘enlouqueceu’, ‘ficou maluca’, acho estranho”, conclui.

“A tirada do fone do ouvido para não ouvir o que a Maitê falava (na entrevista da CNN), não consigo entender. Só dei essa entrevista para dizer: ‘Daniel não consegue entender o que está acontecendo, só sabe que ela está absolutamente errada’”, afirma.

Fidel Castro

Em Cuba, com Fidel. Foto: Divulgação

A relação dos dois já tem 55 anos, e ele se mostra pasmo com a guinada bolsonarista dela. Na longa entrevista, Daniel Filho descreve várias passagens da vida em comum, entre elas a vagem à Cuba, onde foram recebidos por Fidel Castro em um jantar que durou mais de três horas.

“Eu me lembro de eu e ela irmos andando nos corredores do prédio do Partido, emocionados porque seríamos recebidos pelo Fidel. Ele abriu a porta e nos recebeu, ficamos três horas conversando, jantando e estávamos todos quase aos prantos, emocionados. A despeito de tudo o que a gente possa discutir, Fidel Castro é uma das grandes figuras do século 20”, conta.

De maneira mais prática com relação ao lado profissional, o diretor afirma ser “absolutamente incompreensível, inclusive ela não estar realmente pensando nos colegas, na falta de trabalho que estamos tendo, nos teatros fechados, falando como se não estivesse acontecendo nada no Brasil, como se não houvesse uma pandemia no mundo, como se o Brasil não estivesse sendo realmente depredado pela devastação das nossas florestas. Os indígenas podem todos sumir. Toda a nossa cultura”.

Ao final, Daniel Filho faz contundente crítica ao governo Bolsonaro: “E não acho que ela esteja na direita, chamar o governo Bolsonaro de direita é um elogio. Estamos diante de um nazista, de um governo fascista, que está liquidando com os pobres e velhos. É um governo totalmente absurdo. Acho que ela não está tendo ideia. Não sei o que dará de resposta, como vai continuar nessa posição desnecessária na vida dela, na medida que não há nada que possa fazer pela cultura. Será que não viu como estamos parados há dois anos na cultura?”

O diretor lembra ainda que “antes mesmo da pandemia, já estava um desacerto. A Ancine fechada, e todo mundo dessa turma dela dizendo que nós artistas estamos roubando. Como ela, que luta no teatro para fazer peças dela, que fez peças no Banco do Brasil, que faz filme, televisão, não vê os colegas morrendo? Na minha concepção, alguma coisa está acontecendo pessoalmente com ela, porque [essa atitude] não corresponde a ela”.

Leia a entrevista completa na Folha