Em Los Angeles, Petra Costa responde ataques ao filme “ódio não faz parte da natureza dos brasileiros”

A cineasta também fez uma sutil alusão ao fato de que a edição deste ano do Oscar tem menos candidatas mulheres do que em anos anteriores – sendo ela uma dessas poucas. “A categoria de documentários está representando o feminino de uma forma impressionante e também representando o cinema estrangeiro”, comentou.

Petra Costa no tapete vermelho do Oscar 2020 (foto: Twitter)
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A cineasta brasileira Petra Costa já está no Teatro Dolby, em Los Angeles, onde logo mais serão entregues os prêmios Oscar 2020. Ela é autora do filme “Democracia em Vertigem”, que concorre ao prêmio na categoria Melhor Documentário. Durante a semana, a diretora mineira recebeu muitas críticas da imprensa tradicional brasileira, que não suporta que seu filme retrate o processo de impeachment contra Dilma Rousseff como um golpe de Estado. O jornalista Pedro Bial, um dos porta-vozes da opinião global, chegou a dizer que o filme era “alucinado”, e chamou Petra de “menina”. Diante das críticas, Petra comparou com as diferenças políticas mostradas em seu filme, e deu seu diagnóstico para que o país enfrente essa polarização: “cura do Brasil depende do voto de cada um”. Petra Costa também afirmou que essa maior agressividade nas opiniões políticas “não é parte da alma brasileira, a gente consegue lidar com as diferenças, mas esse ódio não faz parte da nossa natureza”. A diretora também fez uma declaração contra as posturas mais indiferentes politicamente. “Não aguento mais gente falando que política é tudo igual. A gente tem que barrar esse avanço”, declarou. Finalmente, ela fez uma sutil alusão ao fato de que a edição deste ano do Oscar tem menos candidatas mulheres do que em anos anteriores – sendo ela uma dessas poucas. “A categoria de documentários está representando o feminino de uma forma impressionante e também representando o cinema estrangeiro”, comentou.