“Foi golpe”, diz ator do filme da Lava Jato

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Bruce Gomlevsky vive um dos delegados da Polícia Federal na produção. Antonio Calloni e Flavia Alessandra também responderam ao questionamento. Da Redação “Polícia Federal - A Lei É para Todos” estreou na última quinta-feira, mas o resultado da bilheteria não vem sendo o que esperavam os produtores do longa-metragem. Em Curitiba, o ninho da Lava Jato, apenas 60 pessoas pagaram ingresso em uma sala com capacidade para 208 lugares. Leia também: Fracasso da “A Lei é Para Todos” até em Curitiba expõe imprensa local ao ridículo Aproveitando o lançamento, o UOL fez um questionamento simples e direto para alguns atores, o produtor e o diretor do filme da Lava Jato: “Afinal, foi ou não foi golpe?”. Bruce Gomlevsky, ator que vive um dos delegados da Polícia Federal na produção, foi tão direto quanto a pergunta. "Acho sim, que foi golpe. Um golpe legislativo, desse péssimo legislativo que a gente tem para nos representar. Isso não tem discussão”, apontou. Por outro lado, ponderou. “No fim das contas, quem colocou o PMDB no poder foi o próprio PT. No fim das contas, acho que tudo o que temos hoje é um grande golpe, de todos os lados", afirmou Gomlevsky. Outro delegado é vivido por Antonio Calloni, que também respondeu ao questionamento. "A referência que a gente tem de golpe é o de 1964, que foi completamente diferente do que aconteceu agora. Eu não tenho dúvida de que houve tramoia, traições, complôs”, declarou. O ator citou o fato de houve legitimação da saída da presidenta Dilma pelo Congresso, mas que isso não anula possíveis acertos parlamentares. “É difícil você falar em golpe, mas, ao mesmo tempo, se você tomar conhecimento de tudo o que aconteceu, os conchavos, aí você pode falar que foi. É só questão de nomenclatura. Mas que a coisa foi estranha, foi", concluiu Calloni. Para a atriz Flávia Alessandra faltou articulação por parte da ex-presidenta Dilma. " Concordo, sim, que, se ela tivesse a articulação política que o Temer tem, ela não teria saído do governo”. Segundo ela, “o golpe, talvez, tenha acontecido mais nesse sentido”. Marcelo Antunez, diretor do filme escapou da polêmica ao dizer que, naquele momento, havia um “conjunto de situações”, as quais seriam decidas pelos Congresso. “Naquele momento, não havia entendimento entre os poderes. Deu no que deu. No governo Temer, também está acontecendo algo parecido. Eu não sei se a palavra golpe é a melhor palavra para ser usada neste caso. Sei é que houve interesses de várias partes, mas não cabe a mim julgar", analisou. Junto ao diretor, o produtor Tomislav Blazic afirmou que não cabe a eles dizer “se foi golpe ou não”. Preferiu não tomar posição. “Hoje, o que me move mais é perceber a quantidade de partidos envolvidos em todos esses esquemas de corrupção. É algo assustador. Claro que nem todos os políticos são corruptos, mas, pelos cálculos que fizemos no filme, 80% dos partidos estão envolvidos com alguma coisa. Você fica assustado", concluiu. *com informações do UOL Foto: Divulgação/ Polícia Federal; A Lei é para todos