Folha diz que Regina Duarte repete "nazifascista" Roberto Alvim: "Secretária da sucata"

Em editorial, o jornal afirma ainda que com Regina Duarte imaginou-se que haveria uma trégua na "guerrilha ideológica" da Cultura, comandada pelo guru Olavo de Carvalho. "Foi, infelizmente, um engano"

Regina Duarte bate continência para Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
Escrito en CULTURA el

Em duro editorial nesta terça-feira (12), a Folha de S.Paulo comparou a gestão de Regina Duarte à de seu antecessor, Roberto Alvim, que foi demitido da Secretária de Cultura do governo Jair Bolsonaro após protagonizar um vídeo nazista nas redes sociais para anunciar as diretrizes da pasta.

"À sua maneira e por outros caminhos, a secretária repetiu na TV a sinistra performance de seu antecessor, Roberto Alvim, que encenou um pastiche nazifascista para anunciar seus planos para o setor", diz a Folha, ao comentar a entrevista da ex-global à CNN.

"Na ocasião, uma descontrolada Regina Duarte desfiou uma série espantosa de sandices, que foi da nostalgia em relação ao ufanismo da ditadura militar ao desprezo pelas vidas —e não apenas as dos grandes nomes da cultura— que se perdem aos milhares com a pandemia do novo coronavírus", afirma o jornal, que abre o texto com o silêncio da secretária em relação às mortes de artistas, como Aldir Blanc e Moraes Moreira, para agradar Bolsonaro.

O editorial ainda diz que com Regina Duarte imaginou-se que haveria uma trégua na "guerrilha ideológica" da Cultura, comandada pelo guru Olavo de Carvalho, mas o resultado foi frustrante.

"O obscurantismo nesse terreno desafia limites. A ocupação massiva dos órgãos do setor por uma malta de despreparados e fanáticos —teleguiados, não raro, pelo guru do ideário cultural bolsonarista, o escritor Olavo de Carvalho— parecia encontrar uma pausa na nomeação da atual secretária. De fato, quando da escolha da atriz, chegou-se a imaginar que se avizinharia uma trégua. Foi, infelizmente, um engano".

Para o jornal, "a permanência da atriz no cargo se afigura pouco promissora, embora nas cavernas do bolsonarismo suas palavras tenham encontrado eco e, quem sabe, lhe assegurado alguma sobrevida".