Gregorio Duvivier no New York Times: Bolsonaro não é nem o Trump dos trópicos!

"Tudo indica que a derrocada de Trump deve representar, também, o declínio dos seus imitadores tropicais", escreveu o comediante

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Duviver conta na seção Opinion, do NY Times, que seu nascimento se deu praticamente junto com a democracia no Brasil. "Sim, talvez pareça estranho pra um americano, mas a democracia brasileira é da idade da Lindsay Lohan — e assim como ela, teve seu apogeu nos anos 2000 e não soube muito bem lidar com a chegada da vida adulta.", escreveu.
Explica também que o almejado Estado Laico não vingou abaixo do Equador e conta sobre a bancada evangélica, que, sob sua ótica, é um fenômeno 100% brasileiro: 80 deputados votando com a bíblia na mão, muitos pastores, policiais e até um ex-gay curado por Cristo. Pra tentar da a dimensão do que vivemos, trouxe à tona o nome mais citado no impeachmente de Dilma: DEUS. Ó, Deus.
É evidente que um país nesse contexto ia pegar mal com o especial de Natal que o coletivo produziu para a Netflix, A Primeira Tentação de Cristo, ideia de Porchat sobre os anos "ocultos" de Jesus. Por que eles seriam ocultos? Resolveram, então, criar um Jesus gay.
É ficção, é humor, não é nada que já não tenha sido feito por Monty Python, Mel Brooks, South Park... Mas os cristãos brasileiros são muito sérios e acham que não se pode fazer humor com o sagrado deles. Aparentemente, o Ministério Público também acha, pois acatou um pedido não apenas de censura, mas de indenização de dois milhões de reais, dois centavos para cada católico do Brasil.
O despertar da fúria não é novidade para o grupo, que coleciona processos de religiosos irritados. O problema é que desde que Bolsonaro tomou posse, os ataques tomaram outra proporção, culminando no atentado dos sujeitos do Movimento Integralista na véspera de Natal à sede do grupo.