Italiano radicado no Brasil, psicanalista, escritor e dramaturgo Contardo Calligaris morre em SP

Aos 72 anos, ele estava internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, em tratamento contra um câncer

Foto: Ares Soares/Universidade de Fortaleza
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O psicanalista, escritor e dramaturgo Contardo Calligaris, 72 anos, morreu nesta terça-feira (30), na capital paulista. A informação foi confirmada pelo filho, Max Calligaris. Colunista da Folha de S.Paulo desde 1999, Contardo publicou seu último texto no jornal em 17 de fevereiro.

Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, em tratamento contra um câncer. Era casado, desde 2011, com a atriz Mônica Torres.

Italiano de Milão, Contardo teve o primeiro contato com o Brasil, em 1986, quando veio ao país dar palestras e lançar seu primeiro livro de psicanálise, “Hipótese sobre o fantasma”.

Casou-se no país e, durante um período, se dividiu entre Brasil e Itália. No entanto, acabou se mudando definitivamente para São Paulo.

Formou-se, inicialmente em Epistemologia Genética, na Suíça, em uma faculdade em que Jean Piaget palestrava. Contardo fez, ainda, graduação em Letras, o que o permitiu ensinar teoria da literatura.

Na sequência, já em Paris, se dedicou ao doutorado em Semiologia, com Roland Barthes, um dos principais linguistas de todos os tempos. Foi nessa época que começou a fazer terapia e passou a se interessar por psicanálise. Era doutor em psicologia clínica.

Ficção

Como escritor, Contardo também se dedicou à ficção, com os livros “O Conto de Amor" (2008)” e “A Mulher de Vermelho e Branco” (2011), ambos protagonizados pelo personagem Carlo Antonini.

Também psicanalista, Carlo seria estrela da série “Psi”, criada por Contardo e dirigida por seu filho, Max. A produção, realizada pela HBO, teve quatro temporadas entre 2014 e 2019.