Marcelo D2 diz sofrer de 3 a 4 ameaças de morte por semana

D2 revelou também que o seu maior medo “é da mediocridade que está tomando o País. Parece que os idiotas, por serem muitos, estão ocupando o poder”, disse

Foto: Caio Paganotti/Fotos da Virada
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O vocalista do Planet Hemp, Marcelo D2, afirmou, em entrevista à repórter Marilia Neustein, da coluna de Sonia Racy, no Estadão, que a partir de sua superexposição política na internet, desde as eleições de 2018, afirma sofrer de 3 a 4 ameaças de morte por semana. “Cara, sou ameaçado todos os dias. Recebo de 3 a 4 ameaças de morte por semana, tá ligado? Mas tem muito falácia de internet também. Eu não tenho medo. Vou citar o Marcelo Yuka de novo: “paz sem voz não é paz, é medo”, disse. D2 disse ainda que nunca votou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “mas em 2006 lhe escrevi uma carta cobrando e acho que o meu papel como artista, o lugar onde eu mais me sinto bem, é esse: o da mobilização social para fazer arte. E a internet é boa pra isso”, afirma. Sobre as críticas às leis de incentivo e a marginalização do artista por setores da direita, D2 afirma que “faz parte dessa política reacionária diminuir a arte, os intelectuais, os artistas e a história. Botar tudo isso para baixo e usar um pouco da ignorância para nivelar tudo por baixo é a estratégia deles”, disse. O cantor lembrou ainda que tem 25 anos de carreira e durante todo esse tempo foi marginalizado. “Fui preso no governo do PT e, mesmo assim, continuei lutando. Ao mesmo tempo, o Brasil é um país muito rico para quem faz arte. Agora vamos ter que lidar com uma onda reaça que vai tentar desfazer os professores, intelectuais, artistas, todo mundo que tem alguma cabeça pensante e que possa dizer o quanto é absurdo o que está acontecendo”, alertou. D2 revelou também que o seu maior medo “é da mediocridade que está tomando o País. Parece que os idiotas, por serem muitos, estão ocupando o poder. E o Bolsonaro, com sua família e todos os aliados, está se alimentando disso. Essa eleição deu voz para uma coisa terrível, violenta, cheio de preconceito homofóbico, racista, xenofóbico. Tudo de pior do que o ser humano vem tentando se livrar dentro da sociedade… Parece que agora isso está ganhando espaço. Esse é o meu maior medo”, encerrou.