Movimento estranho faz com que tripliquem ‘unlikes’ ao clipe de Daniela e Caetano

Com participação de Caetano Veloso, a canção é um deboche à onda conservadora que assola o Brasil e o mundo

Foto: Celia Santos Divulgação
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Um movimento no mínimo estranho nas redes fez com que triplicassem os ‘unlikes’ ao clipe da nova canção de Daniela Mercury, “Proibido o Carnaval”. Com participação de Caetano Veloso, a música é um deboche à onda conservadora que assola o Brasil e o mundo. A postagem oficial do clipe, no canal oficial de Daniela Mercury, conta, nesta segunda-feira (11), seis dias após a publicação do vídeo, com cerca de 2.279 milhões de visualizações. Os ‘unlikes’, no entanto, têm ultrapassado os ‘likes’ em uma velocidade muito rápida e, no mínimo, suspeita. As pessoas que não curtiram chegavam a 306 mil, quase o triplo das que curtiram, que somavam 106 mil. Vai de rosa ou vai de azul? Em ritmo de axé, com refrão explosivo, a música composta por Daniela tem tudo para explodir no próximo carnaval. A canção faz piada com a frase da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que é inaugurada agora uma “nova era” no país, em que “menino veste azul e menina veste rosa”. “Abra a porta desse armário/ Que não tem censura pra me segurar/ Abra a porta desse armário/ Que alegria cura/ Venha me beijar/Tá proibido o Carnaval/ Nesse país tropical”, diz a canção, que será lançada na próxima sexta-feira (25). Num dos versos, surge ainda a pergunta: “Vai de rosa ou vai de azul?”. Movimentos suspeitos Outros movimentos suspeitos foram detectados durante as últimas eleições presidenciais, quando a Folha de S.Paulo publicou matéria denunciando o uso de disparos ilegais de mensagens por WhatsApp com 'fake news' contra o PT. Outro texto, publicado na Fórum em setembro do ano passado, apontava que cerca de 33% dos perfis que até então seguiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) eram falsos controlados por computadores. Os dados foram mostrados pelo levantamento realizado pelo instituto InternetLab, cujo intuito foi analisar os seguidores dos presidenciáveis no Twitter e descobrir quantos deles são robôs. Neste final de semana explodiu nas redes a história do vovô Nilson Papinho, atacado pelo grupo Corrupção Brasileira de Memes, ligado ao MBL, que começou a usar a imagem de Papinho para criar piadas. A história toda pode ser lida na matéria “As milícias virtuais usaram o ‘vovô da slime’ para armar uma arapuca contra a esquerda”, de João Filho, publicada no The Intercept Brasil.