No dia em que a viagem de Yuri Gagarin completa 60 anos, relembre canção de Tetê Espíndola sobre o feito

A compositora fez “Visão da Terra”, em parceria com o poeta Carlos Rennó, sobre a façanha do cosmonauta soviético, o primeiro homem a sair da órbita terrestre

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Nesta segunda-feira, 12 de abril de 1961, faz aniversário de 60 anos que o cosmonauta soviético Yuri Gagarin deixou a zona de gravidade da Terra e orbitou o planeta por 108 minutos, tornando-se o primeiro ser humano a ver a Terra do espaço com seus próprios olhos.

Em 1986, logo após ter vencido, no ano anterior, o Festival dos Festivais, da Rede Globo, a cantora e compositora Tetê Espíndola lançou o álbum “Gaiola”. Nele, ela lança a canção “Visão da Terra”. Feita em parceria com o poeta Carlos Rennó, a linda e incomum melodia conta a saga de Gagarin.

A canção, que mistura sons espaciais com as tradicionais músicas populares que vestiram o repertório de Tetê, abre com referência à primeira frase dita por Gagarin assim que conseguiu se comunicar: “A Terra é azul”.

A partir de então, a canção refaz a viagem de Gagarin e a relaciona com a da Terra:

“O eterno voo certo que descreve em pleno nada, Planeta-nave, nave das naves e das naves-mães”.

Ao final, destaca “a Terra em realce, No espaço real – E no fundo o profundo abismo negro, negro, negro, Que dá medo; No céu de vidro brilhos na noite dos txucarramães”.

Uma canção perdida, escondida no rico repertório da cantora, que vale ser lembrada, tanto por sua beleza quanto pela efeméride desta segunda-feira. Ouça abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=itl7adt5WH8&ab_channel=larvitar331

Visão da terra

Foi a bordo da lendária barca Vostok 1,
Em 61.
Yuri Gagarin,
Do alto a vagar,
Como só um poeta viu a Terra azul ao léu,
Com sua auréola,
E sobre ela constelações de leões e de cães.

Agora,
Quando em torno ao seu corpo gravitam satélites
E estações orbitais,
E ampliam-se os limites
Da guerra e da paz,
Ela segue o eterno voo certo que descreve
Em pleno nada,
Planeta-nave, nave das naves e das naves-mães.

Quem dera
Ver ainda a cena que um dia será comum,
Como em “2001”:
A Terra em realce
No espaço real –
E no fundo o profundo abismo negro, negro, negro,
Que dá medo;
No céu de vidro brilhos na noite dos txucarramães.