Pedro Cardoso: Um operário continuará sendo operário após a revolução-anticapitalista?
Em texto provocativo, ator fala sobre o entendiante trabalho na indústria, onde se concentra "todo o grande dinheiro" e diz que a "questão da justiça social e da liberdade não se coloca plenamente sem que nela esteja também colocada a do modo de vida atual"
Em um texto provocativo em seu perfil no Instagram neste domingo (19), o ator Pedro Cardoso faz uma reflexão filosófica sobre trabalho e capital e lança uma indagação: "Se perguntarmos a um operário o que ele deseja para si no dia seguinte a uma revolução anti-capitalista, será que haverá quem responda que deseja continuar sendo um operário?".
Cardoso fala sobre o entendiante trabalho na grande indústria, onde se concentra "todo o grande dinheiro" e diz que a "questão da justiça social e da liberdade não se coloca plenamente sem que nela esteja também colocada a do modo de vida atual".
"O conforto contra a natureza que todos almejamos só é possível ser atendido pela modo industrial de produção. E este se vale do trabalho alienado do operário. Otimistas apostam na mecanização como libertária. Mas em que haverá de trabalhar o desempregado? Pergunto a nós: O que deseja o operário: ser o operário ainda da fábrica da qual será também o dono?".
Sugerindo o clássico filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, o ator diz que é necessário pensar "outros modos de conforto desassociados da indústria".
"A natureza só é agradável quando a podemos contemplar de uma confortável varanda”, dizia o personagem de uma tragédia. Que sombra desejamos: a de uma árvore ou a de um telhado? A árvore, a temos; o telhado, sempre por construir. O quão parte da natureza ainda somos?", provoca.
“A natureza só é agradável quando a podemos contemplar de uma confortável varanda”, dizia o personagem de uma tragédia. Que sombra desejamos: a de uma árvore ou a de um telhado? A árvore, a temos; o telhado, sempre por construir. O quão parte da natureza ainda somos?