Racionais MC’s lançam o livro “Sobrevivendo no Inferno”, sobre o álbum homônimo do grupo

Os autores fornecem, através de suas próprias narrativas, o sentimento do álbum, que vendeu um milhão e meio de cópias, tornando o livro uma mistura criativa de análise cultural e testemunho inspirado

Foto: Klaus Mitteldorf / Divulgação
Escrito en CULTURA el
Acaba de ser lançado o livro “Sobrevivendo no Inferno”, escrito pelo grupo de rap Racionais MCs, que trata do álbum homônimo deles, que completa 20 anos. O álbum teve grande importância entre jovens das periferias de todas as cidades do Brasil, não só dentro da comunidade de hip-hop, mas também em outros domínios culturais, como cinema e literatura. [caption id="attachment_141915" align="alignnone" width="329"] Sobrevivendo no Inferno. Foto: Capa/Divulgação[/caption] Os autores fornecem, através de suas próprias narrativas, o sentimento do álbum, que vendeu um milhão e meio de cópias, tornando o livro uma mistura criativa de análise cultural e testemunho inspirado. Leitura Obrigatória A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) incluiu entre as obras de leitura obrigatória para o vestibular 2020 o álbum “Sobrevivendo no Inferno”. É a primeira vez que um disco de música é recomendado para a prova. O grupo de rap está na categoria poesia ao lado de sonetos do português Luís de Camões e de “A Teus Pés”, primeiro e único livro lançado em vida pela poetisa carioca Ana Cristina Cesar, que já compunham o programa de 2019. “Diário de um Detento” O grupo de rap Racionais MCs gravou o álbum "Sobrevivendo no Inferno”, em 1997, mudando o cenário do hip hop em São Paulo e se firmando como ponto de referência para a juventude em todo o Brasil. O disco teve o papel de dar representação e empoderamento para que toda uma geração de jovens pudesse superar estatísticas de homicídios em bairros como o Capão Redondo, do vocalista Mano Brown, na Zona Sul da capital paulista. Um dos destaques do disco é a emblemática canção “Diário de um Detento”, que fala sobre o dia a dia no presídio do Carandiru, em São Paulo e, sobretudo, a chacina, quando 111 presos foram mortos por tropas da Polícia Militar durante uma rebelião, em 1992.