“Sequestro relâmpago”, um filme necessário em tempos de bolsonarismo

O quanto os burgueses que defendem igualdade social conseguem dialogar não-violentamente com a base da pirâmide social?

Foto: Divulgação
Escrito en CULTURA el
Por Nathalí Macedo no DCM Poderia ser um filme baseado em fatos reais sobre uma jovem burguesa sequestrada em São Paulo, mas o olhar de Tata Amaral transformou “Sequestro Relâmpago” em uma obra repleta de tensões sociais, raciais e de gênero necessárias para o país do ódio de classes, da misoginia institucionalizada e do racismo à brasileira. Isabel, personagem de Marina Ruy Barbosa, é sequestrada por dois homens – Matheus (Sidney Santiago) e Japonês (Daniel Rocha) –  e coagida a permanecer com eles madrugada adentro até que as agências bancárias abram as portas e Isabel possa fazer o saque do próprio resgate. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais A tensão permanente do espectador vem das aterradoras possibilidades narrativas sutilmente colocadas no filme: a possibilidade de abuso sexual de Isabel; as cenas paralisantes em que o sequestro quase fora descoberto; e as cenas nas quais o espectador tem certeza de que a história real contada no filme terminará em tragédia. Essa tensão pode levar-nos a supor “Sequestro Relâmpago” como um suspense em torno de um crime: trata-se, na verdade, de uma narrativa política fortíssima, que traz de pano de fundo questionamentos ao mesmo tempo pertinentes e perturbadores: o quanto os burgueses que defendem igualdade social conseguem dialogar não-violentamente com a base da pirâmide social? Leia o texto na íntegra no DCM Agora que você chegou ao final deste texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais