UFRGS vai conceder título de Doutora Honoris Causa a Elza Soares

“A entrega do reconhecimento a Elza Soares é um momento histórico também para a cultura brasileira, em razão de ser a primeira vez que uma artista mulher e negra, ligada à música popular, recebe a distinção", escreveu, em nota, a universidade

Foto: Elói Corrêa/GOVBA
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Por Sul 21  O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grandes do Sul (UFRGS) aprovou na última sexta-feira (17) a entrega do título de Doutora Honoris Causa à cantora Elza Soares, 81 anos, pelo conjunto de sua obra. A homenagem será concedida no Salão de Atos da universidade no próximo dia 26, às 20h, com entrada gratuita — os ingressos começaram a ser distribuídos nesta segunda-feira (20) na recepção do Centro Cultural da UFRGS, com limite de dois por pessoa. “A entrega do reconhecimento a Elza Soares é um momento histórico também para a cultura brasileira, em razão de ser a primeira vez que uma artista mulher e negra, ligada à música popular, recebe a distinção. Somente Maria Bethânia recebera tal título pela Universidade Federal da Bahia, em 2016”, disse a universidade em nota. Em vídeo divulgado pela universidade, Elza disse que se tratava de “uma alegria muito grande receber a homenagem”. Esta é a primeira honraria de tal grau concedida pela UFRGS a um músico. Em 2017, a universidade havia homenageado o escritor e compositor Nei Lopes. O último doutor honoris da UFRGS foi dado ao educador peruano Oscar Jara, no ano passado. Além da sua contribuição à música popular brasileira, Elza também tem destacada atuação história na luta da mulher negra, contra o preconceito de gênero e contra a cor da pele. A homenagem foi proposta pelo Departamento de Difusão Cultural da UFRGS em conjunto com o Instituto de Artes. Sobre Elza Soares  Com 35 álbuns gravados (afora os compactos e coletâneas) e mais de 60 anos de carreira, Elza Soares é uma das maiores personalidades da história da música popular brasileira. Eleita a Melhor Cantora do Milênio pela BBC de Londres em 1999, Elza viu seus trabalhos serem aclamados pelo público e pela crítica. Um de seus discos mais recentes, A mulher do fim do mundo (2015) recebeu o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira e o prêmio de Melhor Álbum pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Com um percurso sempre pautado pela ousadia, a artista se mantém atual e aberta a novas tendências, transitando também pelo rap e pelas experimentações com música eletrônica e incorporando temas relacionados ao preconceito étnico-racial, ao empoderamento feminino e à valorização das religiões de matriz africana.