Sindicato dos professores do DF convoca paralisação contra retorno 100% presencial

O Sinpro-DF também chama para ato na frente da Secretaria de Educação, no edifício Phenícia, no mesmo dia às 9h

Foto: Pixabay/Reprodução
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O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) convoca a categoria à paralisação pela vida nesta próxima quarta-feira, 3 de novembro. O sindicato também chama para ato na frente da Secretaria de Educação, no edifício Phenícia, no mesmo dia às 9h.

A paralisação é uma reação à publicação nesta sexta-feira (29), da portaria conjunta número 12, que determina o retorno 100% presencial das escolas a partir do dia 3 de novembro por parte das Secretarias de Educação e de Saúde do Governo do Distrito Federal no Diário Oficial do DF.

Os dirigentes do Sinpro-DF avisam que os participantes da ação deverão fazer uso de máscaras de proteção, guardar o distanciamento social e respeitar os protocolos de segurança contra a Covid-19.

Desde agosto acompanhando de perto o retorno presencial em modelo híbrido, o Sinpro destaca que as escolas não dispõem de pessoal suficiente para efetuar o monitoramento indicado pelo governo, que asseguraria o cumprimento das medidas. Da mesma forma, o sindicato pôde observar que não houve suporte algum do GDF para, por exemplo, promover a ventilação de ambientes. Muitas escolas têm janelas pequenas e com abertura limitada, o que foi recorrentemente apresentado pelos próprios gestores.

Falta diálogo e transparência

A experiência dos últimos dois meses demonstra que as aglomerações nas portas das escolas acontecem e acontecerão com mais intensidade a partir da presença dos estudantes nas escolas em sua capacidade máxima. Ao mesmo tempo, os dados de transmissão da doença não têm sido tratados com transparência pela SEEDF e pelo GDF.

O Sinpro vem reivindicando a testagem em massa dos integrantes da comunidade escolar como forma de prevenção do contágio. A portaria conjunta aponta somente a testagem de casos sintomáticos, o que é insuficiente para prevenir o contágio e oferecer segurança a estudantes, pais, profissionais de Educação e demais trabalhadores da escola. É de conhecimento geral que se trata de uma doença altamente transmissível e que se propaga pelo ar – mais ainda depois da prevalência da variante delta -, o que faz mais do que necessário que os casos sejam monitorados e as pessoas infectadas sejam isoladas, antes mesmo de começarem a manifestar sintomas.

O Sinpro-DF considera que o retorno 100% presencial neste momento é um grande erro, especialmente porque o GDF recorre a uma pressa desnecessária que exporá a saúde e a vida daqueles e daquelas que circulam pelas unidades escolares. Falta muito pouco para o fim do ano letivo e tal atitude deveria ter sido tomada com cautela e, sobretudo, em diálogo com a comunidade escolar.

A portaria conjunta foi uma ação autoritária da secretária Hélvia Trindade e do governador Ibaneis Rocha, que, para forjar um cenário de normalidade que ainda não há, pode sacrificar muitas vidas.

Fonte: SINPRO-DF