Subprefeituras de SP têm os orçamentos enxugados – Por Juliana Cardoso

Em outras palavras, esses valores a menos, significam que a cidade terá menos serviços de tapa buracos, menos podas de arvores, menos limpeza em bocas-de-lobo e córregos, entre outras tarefas

Foto: Câmara Municipal de São Paulo
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Por Juliana Cardoso *

No período de cinco anos, as 32 subprefeituras de SP, com exceção da de Parelheiros, tiveram seus orçamentos reduzidos em R$ 386,2 milhões. De pouco mais de R$ 1,6 bilhões em 2016, hoje estão com R$ 1,3 bilhões.

O maior enxugamento foi na Subprefeitura Capela do Socorro, que tem menos R$ 23,3 milhões, seguido de São Mateus, com R$ 22,1 milhões. E o menor corte foi na Subprefeitura Vila Mariana com R$ 4,5 milhões.

Esse estrangulamento de recursos nas subprefeituras evidencia o abandono do compromisso da atual gestão tucana.

Logo após a posse, em janeiro de 2017, o então prefeito João Doria (hoje governador) anunciou que as subprefeituras da cidade seriam fortalecidas. Ele ainda afirmou que elas teriam recursos financeiros para investimentos.

E para marcar esse compromisso alterou até a forma de designá-las. Elas não seriam mais tratadas como Subprefeituras, mas sim Prefeituras Regionais.  

O fato é que a gestão Bruno Covas voltou a tratá-las como subprefeituras e o pior, os recursos foram diminuindo.

Em outras palavras, esses valores a menos, significam que a cidade terá menos serviços de tapa buracos, menos podas de arvores, menos limpeza em bocas-de-lobo e córregos, entre outras tarefas.

Não cabe a desculpa de crise financeira. Apesar da pandemia da Covid-19, a arrecadação da Prefeitura cresceu no ano passado 6,3 %. São mais R$ 3,9 bilhões no orçamento deste ano, que totaliza R$ 66,6 bilhões.  

E ainda tem em caixa o prefeito R$ 4,9 bilhões livres. Não é verba carimbada e nem despesa obrigatória determinada por lei.

* Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo e integrante da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.