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A COP 30: Vamos avançar na construção do Bem Viver?! - por Dirceu Ten Caten

Floresta em pé precisa ser sinônimo de povo com oportunidades e qualidade de vida

Créditos: Ricardo Stuckert/PR
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Esperamos que a COP30 promova um debate mais profundo do que aquelas que apenas resultaram em protocolos econômicos ou de descarbonização que muitas vezes não saíram do papel como deveriam. Queremos de fato avançar para uma transição paradigmática onde a relação entre homem e natureza comece a mudar de fato, pois dependemos uns dos outros - somos o “meio ambiente” e nada justifica nossa autodestruição.

Precisamos negritar que essa Amazônia que para muitos é vista como “pulmão do mundo”, abriga cerca de 30 milhões de habitantes, aproximadamente 400 mil indígenas que residem aqui, estamos falando de algo em torno de 180 línguas nativas oriundas de nossos povos ancestrais.

Por isso, não podemos falar em floresta em pé, sem mudar a lógica da qualidade de vida dos amazônidas, temos que superar o nosso atual sistema de colônia, de exportadores de Commodities e iniciar um novo ciclo virtuoso de cadeias produtivas baseadas na reparação ambiental a partir da Sociobioeconomia.

Floresta em pé precisa ser sinônimo de povo com oportunidades e qualidade de vida. Precisamos seguir avançando nas obras de saneamento, a final, 70% do povo amazônida reside nas cidades, temos que avançar com a criação das universidades federais do Marajó e do Xingú, e com as universidades estaduais do Sul e Sudeste e do Oeste do Pará, assim como avançamos com a UFOPA e a UNIFESSPA que já passaram a ofertar mais de 25 mil vagas no ensino superior  no estado do Pará. 

Na saúde, precisamos avançar com políticas públicas relevantes como o programa “mais especialistas” e com as “UBS’s fluviais” que atendem em especial nossos ribeirinhos. 

Precisamos nos desafiar na construção de novas modalidades de políticas públicas, assentadas nas realidades e recursos regionais e nas experiências acumuladas pelas lutas dos povos da Amazônia.

A COP30 nos traz a esperança da consolidação da aliança dos nossos entes federados do Brasil em prol de uma economia verde e que tem buscado o avanço no enfrentamento das desigualdades sociais, mas também nos faz sonhar que o mundo veja cada vez mais na nossa biodiversidade um vetor de desenvolvimento sustentável que possa ser um alicerce no enfrentamento as mudanças climáticas mas também de construção do nosso Bem Viver.

Vamos esperançar!

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