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OMPlay: “Economia deve servir à sociedade, não a gente ser útil para os mercados”, diz Ladislau Dowbor

Economista destaca que se fortunas fossem reduzidas em 2%, todos poderiam ter uma vida digna, e reitera que “revolução digital”, em vez de promover justiça, aprofundou fosso da desigualdade social

Ladislau Dowbor.Créditos: Reprodução / ComCiencia
Escrito en DEBATES el

Nascido em Banyuls-sur-Mer, na França, em 1941, o economista Ladislau Dowbor chegou ao Brasil aos 10 anos com os pais, Ladislas Dowbor e Zofia Lenartowicz, que buscavam nos trópicos um lugar para fugir dos horrores da Segunda Guerra Mundial. O economista, professor da PUC-SP, consultor de agências da ONU também é autor de livros como A Era do Capital Improdutivo. Com décadas de experiência internacional, Dowbor analisa a financeirização, a revolução digital e seus efeitos na desigualdade, propondo caminhos para uma economia a serviço da sociedade.

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Com boa parte de seus 84 anos dedicados a compreender as transformações do mundo e as raízes da desigualdade, Dowbor afirma com todas as letras que pela primeira vez na história da humanidade nós temos o suficiente para que cada um dos habitantes do planeta viva de forma confortável. No entanto, a chamada “revolução digital”, em vez de promover justiça, aprofundou o fosso da desigualdade social.

“Há no mundo um produto de 180 trilhões de dólares. É muito dinheiro. Mas pensem o seguinte: se a gente dividir isso pela população mundial, 8,2 bilhões de pessoas, isso dá mais ou menos R$ 40 mil por mês por família de quatro pessoas. Ou seja, dá para todos viverem de forma digna e confortável. Basta apenas reduzir em 2% ou 3% as fortunas dos mais ricos”, explica o economista no curso Economia Política da Revolução Digital na plataforma progressista OMplay.

Dividido em dois módulos, o curso analisa o cenário mundial e o cenário do Brasil, que apesar da riqueza imensa encontra-se no topo dos países com maior desigualdade social no mundo. Com R$ 12 trilhões em produto interno bruto (PIB), segundo Dowbor, seria possível que cada família de quatro pessoas recebesse uma média de R$ 20 mil mensais.

“Ou seja, volto a dizer, nosso problema não é econômico, mesmo no Brasil é só taxar um pouco as grandes fortunas, redistribuir um pouco das grandes riquezas que a gente assegura o bem-estar de todo mundo”, afirma.

No curso, Dowbor revela as raízes da chamada revolução digital, que deslocou o eixo da produção para formas de financeirização e concentração de riqueza. O economista mostra que o problema central da sociedade contemporânea não é mais a escassez de recursos, mas a desigualdade gerada por sistemas financeiros extrativos, juros abusivos e evasão fiscal.

“A economia deve servir à sociedade, deve ser ser útil para nós, e não a gente ser útil para os mercados, para os mais ricos e coisas do gênero”, diz o economista, que disponibiliza sua biblioteca virtual com mais de 1,5 mil títulos para os alunos.

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