Movimento negro vai a Brasília contra pacote anticrime e para exigir queda de Moro

Uma comitiva com representantes de 46 organizações do movimento negro de todo país estará na capital federal para pressionar deputados e senadores a barrar propostas de Sérgio Moro para a segurança pública e os decretos que facilitam posse e porte de armas

Foto: Divulgação/Reprodução Facebook
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Representantes de 46 entidades e organizações do movimento negro de todo país compõem a comitiva que estará em Brasília, nesta terça e quarta-feira (11 e 12), para pressionar deputados e senadores, com o objetivo de convencê-los a barrar as propostas contidas no pacote anticrime apresentado pelo ministro Sérgio Moro ao Congresso e os decretos sobre porte e posse de armas assinados por Jair Bolsonaro. Segundo as entidades, essas medidas aprofundam a situação de violência e homicídios contra população negra. Moro está no centro de um escândalo de proporções ainda inimagináveis para o governo Bolsonaro. Sua conduta em relação à Operação Lava Jato e a parcialidade de suas ações aparece como elemento fundamental para impedir que suas propostas sejam aprovadas pelo Congresso Nacional. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. “Sérgio Moro é o cabeça de uma organização criminosa que retirou Lula da disputa presidencial, garantiu a vitória de Bolsonaro e, com isso, sua posição de ministro. Tudo orquestrado para que pudesse colocar em prática um projeto de poder entreguista, de destruição do estado de direito, antipobres e racista. O pacote ‘anticrime’ e o decreto sobre armas são parte desse propósito. Esta semana estaremos em Brasília para exigir a queda imediata de Sérgio Moro e suas propostas genocidas. E mais que isso: É preciso anular as eleições que levaram esse governo ao poder. Agora, além da convicção, temos provas!”, disse Douglas Belchior, professor membro da Uneafro Brasil e um dos organizações da comitiva. A agenda prevê diálogo com os deputados Joyce Hasselmann, Aguinaldo Ribeiro e Margarete Coelho, respectivamente líder do governo, líder da maioria e coordenadora do Grupo de Trabalho sobre o Pacote Moro, na Câmara Federal. No Senado, a comitiva participa de audiência pública na comissão de direitos humanos e conversa com o presidente Davi Alcolumbre. Na quarta (12), está previsto um ato em contraponto ao lançamento da campanha publicitária de apoio às propostas de Sérgio Moro, prometido pelo governo para o mesmo dia. A visita ao Senado coincide também com a sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que vai analisar os decretos que flexibilizam a posse, o porte e a comercialização de armas. “Segundo o que foi divulgado, o governo vai gastar 10 milhões de reais em publicidade para defender uma política que só trará mais violência e mais mortes. As propostas de Moro legalizam uma licença para que as polícias possam prender mais e matar mais. Essas alterações nas leis de segurança pública, somadas aos decretos que facilitam posse e porte de armas para civis estimulam o clima de ódio e violência na sociedade. Negros são o principal alvo. Polícia mais violenta, superencarceramento e distribuição de armas não resolveram o problema da segurança pública em nenhum lugar do mundo. Quer melhorar a segurança pública? Invista em educação, cultura, oportunidades de trabalho e renda. O remédio para a violência é a justiça social. É isso que defendemos. Estaremos em Brasília para defender a vida”, enfatizou Belchior. Em março, o grupo esteve com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com a mesma pauta de reivindicações. E, em maio, esteve na Jamaica, em audiência oficial da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, onde formalizou a denúncia de violação de direitos humanos do pacote anticrime protocolada no órgão internacional. Organizações do movimento negro que estarão presentes: 1. Angaju - Afro Gabinete de Articulação Institucional e Jurídica 2. Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs 3. Alma Preta 4. Associação de amigos e familiares de presos/as – Amparar 5. Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA 6. Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT 7. CLB - Coletivo Luiza Bairros 8. Coletivo de Juventude Negra Cara Preta 9. Coletivo Negro Afromack 10. Coletivo Sapato Preto Lésbicas Amazonidas 11. Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Conaq 12. Educafro Brasil 13. Evangélicos Pelo Estado de Direito 14. Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno. 15. Frente Favela Brasil 16. Frente Nacional Makota Valdina 17. Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares- Gajop 18. Geledés - Instituto da Mulher Negra 19. Iniciativa Negra por Uma Nova Política Sobre Drogas 20. Instituto de Desenvolvimento de Ações Sociais – IDEAS 21. Instituto Marielle Franco 22. Instituto Negra do Ceará – Inegra 23. Irohin - Centro de Documentação, Comunicação e Memória Afro-brasileira 24. Liga das Mulheres do Funk 25. Mães da Bahia 26. Mahin Organização de Mulheres Negras 27. Mandata Quilombo da Deputada Estadual Erica Malunguinho – SP 28. Marcha das Mulheres Negras de SP 29. MNU - Movimento Negro Unificado 30. Movimento de Mães do Sócio Educativo 31. Movimento Nacional de Pescadoras e Pescadores 32. Mulheres Negras do DF 33. Nova Frente Negra Brasileira 34. Núcleo de Consciência Negra da USP 35. Okan Dimó - Coletivo de Matriz Africana 36. Pretas em Movimento 37. Programa Direito e Relações Raciais - PDRR-UFBA 38. Protagonismo Negro da UFSM 39. PVNC - Movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes 40. Rede Afirmação 41. Rede de Mulheres Negras PE 42. Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio 43. Rede Fulanas NAB 44. Renafro 45. Uneafro Brasil 46. Unegro