VÍDEO: Incêndio destrói casa de medicina indígena; cacique aponta crime

O fogo consumiu também a biblioteca e a secretaria da escola na aldeia Xakriabá, em São João das Missões, Norte de Minas Gerais

Foto: Reprodução/Twitter
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Mais um ato de violência contra os povos indígenas. Um incêndio, na madrugada desta quinta-feira (24), destruiu a biblioteca, a secretaria da escola e a casa de medicina tradicional indígena, na aldeia Xakriabá, em São João das Missões, no Norte de Minas Gerais. Ninguém ficou ferido.

“Foi colocado fogo criminalmente e todos os arquivos da história da nossa escola foram queimados. Além dos arquivos da secretaria, queimou todos os computadores e a nossa casa de medicina, que é uma das principais casas que a gente tem da medicina tradicional, no qual estamos sempre lutando para preservar”, denunciou o cacique Domingos Nunes, em entrevista ao G1.

“Foi um crime bárbaro contra todo o nosso povo, contra a nossa educação. A gente espera que a justiça possa tomar as providências e chegar aos autores que praticaram esse crime tão bárbaro”, desabafou.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou em suas redes a seguinte mensagem: “Incêndio criminoso destrói escola e casa de medicina tradicional do povo Xakriabá da aldeia Barreiro Preto, no município de São João das Missões (MG). O atentado aconteceu na madrugada de hoje (24) após ameaças contra vida das pessoas que vivem no território. Exigimos justiça!”.

https://twitter.com/ApibOficial/status/1408020202273579017

Investigação

O prefeito Jair Cavalcante Barbosa afirmou ao G1 que espera que a justiça seja feita.

“Tudo indica que foi um ato criminoso. Como autoridade do município, eu exijo que seja feito um processo de investigação. Se ficar comprovado, que o criminoso pague pelos seus atos”, disse.

Uma equipe da Polícia Militar de São João das Missões se deslocou para a aldeia indígena nesta quinta.

Protesto

Na quarta (23), os indígenas protestaram pacificamente contra a aprovação do PL 490 e fecharam a BR-135. O projeto praticamente inviabiliza a demarcação de terras dos povos originários.

Foto: Povo Xakriabá