Advogado que ganhou caso de estupro em SC humilhou vítima e já defendeu Sara Winter e Olavo de Carvalho

A professora universitária e ativista Lola Aronovich deu destaque à relação de Claudio Gastão da Rosa Filho com expoentes da extrema-direita brasileira

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Durante o julgamento do processo por abuso sexual movido pela influencer Mariana Ferre contra o empresário André de Camargo Aranha, o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho se utilizou de tentativas de humilhação e fotos sensuais da vítima para tentar deslegitimar seu argumento. Gastão, que já atuou na defesa de Olavo de Carvalho e Sara Winter, conseguiu através do promotor Thiago Carriço a sentença de estupro não intencional, absolvendo seu cliente.

Segundo informações veiculadas na reportagem de Schirlei Alves no The Intercept Brasil, imagens da audiência mostram que o advogado tentou humilhar Mariana durante o julgamento. A defesa mostrou fotos sensuais da jovem feitas antes do crime como argumento de que a relação foi consensual. Gastão disse que as imagens são “ginecológicas” e que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana.

"Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo", disse ainda.

A reportagem ainda mostra uma relação do advogado com expoentes da extrema-direita brasileira, como Olavo de Carvalho e Sara Giromini "Winter". Gastão representou o guru bolsonarista em uma ação movida contra o historiador Marco Antonio Villa e defendeu Winter quando a extremista foi presa pela Polícia Federal diante das manifestações contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a colunista Dagmara Spautz, do NSC Total, ele deixou a defesa da bolsonarista em junho, mas reiterou em nota que tem "confiança na inocência de Sara".

"O advogado do estuprador de Mari Ferrer também defendeu Sara Winter e Olavão. É conhecido como 'Gastãozinho' esse cidadão de bem que culpa vítimas de estupro pelo estupro", destacou a professora universitária e ativista Lola Aronovich no Twitter.

https://twitter.com/lolaescreva/status/1323654932818526210

Observação: O termo "estupro culposo" foi usado com base na reportagem de Schirlei Alves, no site The Intercept. A construção, no entanto, não foi usada nas alegações do promotor Thiago Carriço, segundo nota emitida pelo Ministério Público de Santa Catarina na noite de terça-feira (3). Diante disso, a Fórum promoveu a adequação dos textos e títulos das reportagens sobre o caso.