Bancários protestam contra desmonte e Banco do Brasil anuncia lucro de quase R$ 13,9 bilhões

Direção do banco quer fechar 112 agências, sete escritórios e 242 Postos de Atendimento, com corte de mais de 5 mil funcionários; manifestação foi na Avenida Paulista

Fotos: Fabiano Couto/Sindicato dos Bancários
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Os sindicatos bancários promoveram, nesta sexta-feira (12), um ato em frente à sede do Banco do Brasil (BB) em São Paulo, à Avenida Paulista.

A ação foi em protesto contra o desmonte da instituição financeira pública, por meio de restruturação, corte de funcionários, redução de salário, fechamento de agências e realocação de bancários excedentes para qualquer cidade do país.

No mesmo local e horário, por volta das 9 horas, o presidente do BB, André Brandão, apresentava a investidores o balanço de 2020, que registrou lucro ajustado de R$ 3,695 bilhões no quarto trimestre de 2020. Comparado ao terceiro trimestre, houve alta de 6,1%. O lucro anual do Banco do Brasil foi de R$ 13,9 bilhões.

No ano passado, o banco reduziu 9% de sua rede, passando para 12.083 unidades (agências e postos de atendimento) e fechou 1.517 postos de trabalho.

André Beltrão assumiu a presidência da instituição no final de setembro de 2020, vindo do HSBC. Logo que chegou já mostrou a que veio.

A direção do banco providenciou a extinção da primeira estatal do BB, a Bescval, incorporada à instituição em 2008, junto com a aquisição do Banco de Santa Catarina.

Venda e parceria

Neste semestre, o plano é vender a bandeira de cartões Elo e o BV, antigo Banco Votorantim, na bolsa, e ainda formalizar uma parceria internacional com a sua gestora, a BB DTVM. Outra promessa é deslanchar a sociedade com o UBS (empresa global que presta serviços financeiros a pessoas físicas, empresas e instituições) na área de banco de investimento.

Além de vender “braços” do banco, a direção, alinhada com a política neoliberal do governo de Jair Bolsonaro, anunciou mais um plano de restruturação, que envolve fechar 112 agências, sete escritórios e 242 Postos de Atendimento, com corte de mais de 5 mil funcionários, por meio de programas de demissão voluntária, além de extinguir cargos para reduzir salários dos funcionários.