Comunidade japonesa se revolta com declaração racista de Bolsonaro contra jornalista Thays Oyama

O presidente disse que a autora do livro "Tormenta" morreria de fome se tentasse ser jornalista no Japão

Thays Oyama - Foto: Reprodução/ioutube
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A agressão racista e xenófoba de Jair Bolsonaro contra uma jornalista brasileira descendente de japoneses repercutiu muito mal na comunidade de nisseis no País. "Nikkeis se manifestam contra fala do presidente" é o título de uma página da edição mais recente do jornal Nippak, que chegou às bancas do bairro da Liberdade, na capital paulista. Sob a manchete, dois artigos de membros da comunidade com críticas ao presidente, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, neste domingo (26). O alvo da agressão de Jair Bolsonaro foi a jornalista Thays Oyama, autora do livro "Tormenta", que revela bastidores do governo atual e também a paranoia de Bolsonaro, que se referiu a ela como "aquela japonesa" e também afirmou que ela morreria de fome se tentasse ser jornalista no Japão. Thays é neta de japoneses e nasceu em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Para estudiosos do tema, integrantes da comunidade e advogados consultados pela Folha, "as expressões de Bolsonaro sobre a autora embutem racismo e xenofobia e se somam a outras vezes em que o presidente recorreu a estereótipos e fez comentários sobre características físicas da etnia". De acordo com eles, a situação poderia ser classificada como injúria racial. A jornalista, contudo, disse que não irá processar Bolsonaro.