Douglas Belchior retorna ao EUA para denunciar genocídio negro e provocar rede continental de luta antirracista

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Pela terceira vez neste ano de 2017 o professor e ativista do movimento negro levará para fóruns internacionais as denúncias do genocídio negro perpetrado historicamente pelo estado brasileiro Por Redação* O exercício da denúncia, acompanhado da elaboração de um projeto político do povo negro tem sido promovido por novas organizações, grupos, coletivos e indivíduos negros em nossa contemporaneidade. Dentre diversos e potentes atores desta tarefa histórica, se destaca a figura de Douglas Belchior e sua organização política, a Uneafro- Brasil. Professor de História e editor do Blog Negro Belchior, na revista Carta Capital, Belchior dedicou os últimos 20 anos de sua trajetória à organização da luta antirracista no Brasil. Tem sido, nos últimos anos, uma das principais vozes a trazer à tona o debate do racismo como elemento estruturante das desigualdades, dos conflitos e de toda a sociabilidade brasileira. Pela terceira vez neste ano de 2017, Belchior levará para fóruns internacionais as denúncias do genocídio negro perpetrado historicamente pelo estado brasileiro. Desta vez a convite da Brown University, por meio dos professores James Green e por Ramon Stern, coordenadores do Brazil Initiative and Brazilian Studies Association. Green, ativista e cientista político, ficou nacionalmente conhecido por assessorar a presidenta Dilma Roussef em sua jornada pelos Estados Unidos para denunciar o golpe de 2016. Douglas Belchior ministrará, no dia 6 de Novembro, Conferência intitulada Uneafro- Brasil: Education and the Struggle for Social Justice, com o objetivo de contar a história de luta da entidade da qual é membro fundador. No dia 7 novembro de 2017, será parte de uma atividade da qual é co-organizador, um debate sobre Resistance to Black Genocide in the Americas, numa mesa composta também por ativistas de muita referência: Kleaver Cruz, criador do The Black Joy Project e membro do Black Lives Matter; Zaire Dinzey-Flores, professora de Sociology and Latino and Caribbean Studies na Rutgers University; Mary Miller Flowers, Coordenadora para assuntos de Justiça Criminal of Open Society Foundations; E professora Keisha-Khan Perry do Department of Africana Studies at Brown University. A agenda continua nos dias 08 e 09 de novembro, quando Belchior estará na Columbia University, para compor o ciclo de debates Democracy: Race, Gender and Violence in Brazil, Colombia and the United States, ao lado de Susana Maia, professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, UFRB; Marcos Valeria, do Defender Democracy in Brazil e Jaime Alves, Antropologo pela Universidade de Austin e professor de CUNY-CSI, CEAF-ICESI. A participação de Douglas Belchior neste ciclo de debates é de fundamental importância, tendo em vista que o coloca numa linha histórica de diálogos entre militância negra e intelectuais e brasilianistas estadunidenses. No campo das desigualdades raciais, a Universidade de Brown é um celeiro de acadêmicos que trouxeram interpretações teóricas inovadoras sobre a temática. Dentre eles se destacam: George Reid Andrews, que além dos estudos comparados sobre as desigualdades raciais no Brasil e Estados Unidos, ofereceu também importantes releituras das principais teses do sociólogo Florestan Fernandes. Outro brasilianista da mesma universidade, Jerry D'Ávila é autor de Diploma de Brancura, um estudo fundamental sobre desigualdades raciais e eugenia na educação brasileira no século XIX. A Brown University, na figura do professor Anani Dzidzienyo, abriu as portas para Leila Gonzales e Abdias do Nascimento, dois militantes históricos da luta negra brasileira. Vale destacar que o professor Anani Dzidzienyo continua seu trabalho de profícuos diálogos com a luta negra brasileira a partir da presença de Belchior na Brown University. Esse diálogo se amplia também com a professora Keisha-Khan Perry, importante intelectual no campo de gênero e movimentos sociais no Brasil. Sobre as participações na Brazil Conference em Harvard e Atlanta e Nova York Em abril deste ano Douglas esteve na Brazil Conference, realizada pela Harvard University e pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Nos dias sete e oito de abril, importantes figuras nacionais situadas em distintos pontos dos pólos direita-esquerda foram convocadas para pensar a conjuntura política brasileira pós-impeachment. Assim, foram reunidos em torno deste debate nomes como o de Dilma Rousseff, Sérgio Moro, Eduardo Suplicy, Gilmar Mendes, Djamila Ribeiro, Aurea Carolina, Wagner Moura e outros. Douglas Belchior também compôs o conjunto de conferencistas na condição de liderança do movimento negro brasileiro. Mais recentemente, entre os dias 10 e 14 de outubro deste ano, voltou aos EUA em função de seu trabalho junto ao Fundo Brasil de Direitos Humanos, em parceria com a Open Society Foundation. Nesta ocasião participou de duas grandes conferencias sobre Segurança Pública, Justiça Criminal e Políticas de Guerra às Drogas. Conferência sobre Educação – Brown University http://watson.brown.edu/brazil/events/2017/douglas-belchior-uneafro-brasil-education- and-struggle-equality-and-social-justice Evento no Facebook https://www.facebook.com/events/1777261349242324/ Debate sobre Resistências ao Genocídio nas Américas - Brown University http://watson.brown.edu/brazil/events/2017/resistance-black-genocide-americas Evento no Facebook https://www.facebook.com/events/869191089906168/ *Com informações do release de divulgação Foto: Jorge Ferreira