Durante cobertura, repórter esportiva é surpreendida por beijo na boca: “Mereço ser respeitada”. Vídeo

Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, desabafou no Facebook: “Senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas”

Escrito en DIREITOS el
[caption id="attachment_127364" align="aligncenter" width="1024"] Bruna: "Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez" - Foto: Reprodução/YouTube[/caption] A repórter Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, levou um grande susto, quando estava participando da cobertura do jogo Vasco e Universidade de Chile, que aconteceu nesta terça-feira (13) em São Januário, no Rio de Janeiro, pela Libertadores. A profissional estava ao vivo, direto do estádio, quando foi surpreendida por um beijo na boca de um torcedor. No momento, ela disse: “Isso não foi legal, né? Isso não precisava, mas aconteceu e vamos seguir o baile por aqui”. Mais tarde, muito irritada, desabafou em sua página no Facebook: “Sempre fui uma repórter que adora uma festa de torcida. Não me importo com banho de cerveja, torcedor pulando, pisando no meu pé... sempre me deixo levar pela emoção e tento sentir o momento para fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Sempre me orgulhei por ter uma boa relação com todas as torcidas e por ser tratada com muito respeito!! Mas hoje, senti na pele a sensação de impotência que muitas mulheres sentem em estádios, metrôs, ou até mesmo andando pelas ruas. Um beijo na boca, sem a minha permissão, enquanto eu exercia a minha profissão, que me deixou sem saber como agir e sem entender como alguém pode se sentir no direito de agir assim”. “Com certeza o rapaz não sabe o quanto eu ralei para estar ali. O quanto eu estudei e me esforcei para ter o prazer de poder contar histórias incríveis e estar em frente às câmeras mostrando tudo ao vivo. Faculdade, cursos, muitos finais de semana perdidos, muitos jogos de futebol analisados, estudo tático, técnico, pesquisas etc. Mas pelo simples fato de ser uma mulher no meio de uma torcida, nada disso teve valor para ele. Se achou no direito de fazer o que fez. Hoje, me sinto ainda mais triste pelo que aconteceu comigo e pelo que acontece diariamente com muitas mulheres, mas sigo em frente como fiz ao vivo. Com a certeza que de cabeça erguida vamos conquistar o respeito que merecemos e que o cidadão que quis aparecer é quem deve se envergonhar do que fez. Sou repórter de futebol, sou mulher e mereço ser respeitada”.