Mulher é presa ao chamar empresária de “macaca” em banco no Rio de Janeiro

Além de furar a fila do banco, Maria Cristina ainda agrediu verbalmente outras duas mulheres, uma delas irmã da vítima

Fabiana e a agressora Maria Cristina. Foto: Arquivo Pessoal/Montagem
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A empresária Fabiana Cunha, 41, estava dentro de uma agência bancária no Barra Shopping, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (5) quando se tornou alvo de ofensas racistas por parte de Maria Cristina Rodrigues dos Santos, de 53 anos, que chegou a chamá-la de "macaca". Outras duas mulheres negras, inclusive a irmã de Fabiana, que a acompanhava, também foram alvo de agressões verbais.

"Essa senhora saiu meio exaltada de dentro do banco, acho que ela tentou fazer alguma operação lá dentro e não conseguiu. Tinha uma fila no caixa eletrônico com mais ou menos 10 pessoas; ela saiu da agência e foi direto para o caixa, nem entrou na fila. Mas como algumas pessoas viram que ela estava meio alterada, decidimos deixar ela usar o caixa", contou Fabiana.

"Eu e a minha irmã éramos as próximas e tinham duas senhoras negras depois da gente. Quando a minha irmã chegou ao caixa, ela já começou a falar algumas palavras de ofensa, como: 'Negro não presta'. E disse que ia dar uma surra na minha irmã. A gente estava no caixa ao lado (do dela)", conta a empresária, que relata ainda ter sido chamada de "macaca" pela investigada.

Segurança

A vítima acionou um segurança do próprio shopping, que estava em frente à agência bancária. Antes de ser levada para a delegacia, a mulher ainda teria feito ofensas racistas contra mais uma das clientes do banco.

"Uma outra senhora, também negra, estava na fila e ela começou a falar coisas para ela. A gente tentou gravar, mas aí ela não falava mais porque percebeu que estava sendo gravada. Ela resistiu um pouco mais, foi levada para a delegacia. Lá, nós fizemos o Boletim de Ocorrência, eu, minha irmã e mais essa senhora", lembra.

De acordo com a a mulher foi levada à 16ª DP (Barra da Tijuca) por policiais militares e autuada em flagrante pelo crime de injúria por preconceito.

Ré primária, ela passou por uma audiência de custódia hoje. A delegacia recomendou que a suspeita ganhasse a liberdade provisória, com medidas cautelares, "por se tratar de um crime em que não ocorreu violência física", informou nota enviada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro ao UOL.

A reportagem também entrou em contato com o banco Bradesco para saber de possíveis colaborações e cessão de imagens para a investigação. Assim que houver retorno, a nota será atualizada.