“Nós só atiramos em pessoas negras”, diz policial nos EUA para tranquilizar motorista

A ocorrência foi registrada em julho de ano passado, mas só veio à tona com a denúncia da TV nesta semana, em meio à escalada da tensão racial nos Estados Unidos. Veja o vídeo.

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A ocorrência foi registrada em julho de ano passado, mas só veio à tona com a denúncia da TV nesta semana, em meio à escalada da tensão racial nos Estados Unidos. Veja o vídeo. Da Redação* Policial da Geórgia, nos Estados Unidos, é flagrado por câmera no momento em que diz a uma motorista branca que ela não precisava se preocupar com a abordagem. "Você não é negra. Lembre-se: nós só atiramos em pessoas negras. Nós só matamos pessoas negras, certo?", argumentou o tenente Gregg Abbott, no vídeo revelado pela "WSB TV". O canal recebeu as imagens e submeteu ao Departamento de Polícia do Condado de Cobb, cuja chefia abriu uma investigação interna e alega ter transferido o tenente para serviços administrativos até concluir a apuração. Segundo o chefe policial, Mike Register, Abbott mandou a motorista branca parar por suspeita de que ela estivesse ao volante sob influência de substâncias proibidas. Na gravação, ela se recusa a pegar o celular, com medo de que o agente atirasse nela por imaginar que a suspeita pegaria uma arma no carro. "É que eu já vi vários vídeos de policiais...", argumentou a mulher, em referência aos registros de casos em que a polícia abriu fogo contra condutores, em geral, negros. "Todos os vídeos que você viu, você viu os negros serem mortos? Você viu", questionou Abbott. A ocorrência foi registrada em julho de ano passado, mas só veio à tona com a denúncia da TV nesta semana, em meio à escalada da tensão racial nos Estados Unidos — o embate entre supremacistas brancos e manifestantes antirracistas em estados do país. Advogado do policial, Lance Lorusso defendeu que o comentário seja visto em um contexto e não de forma isolada. O cliente tentava, segundo ele, acalmar a situação de uma motorista que não queria cooperar. A ideia do agente seria conseguir que a mulher cooperasse sem ter que levá-la presa. "Não importa em que contexto foi dito. Não deveria ter sido dito", rebateu o chefe da polícia, que negou a existência de outras queixas de racismo contra o tenente. *Com informações do Extra