Petroleiros iniciam greve em quatro estados e sindicalistas esperam novas adesões na próxima semana

Na Bahia, movimento paredista, suspenso em 18 de fevereiro, foi retomado nesta sexta (5), quando trabalhadores de Amazonas, São Paulo e Espírito Santo aderiram à paralisação

Foto: Divulgação/FUP
Escrito en DIREITOS el

Trabalhadores de Sindipetros filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciaram, nesta sexta-feira (5), greves regionais em São Paulo, Amazonas e no Espírito Santo. Na Bahia, a categoria retomou, por tempo indeterminado, a paralisação que tinha sido suspensa durante negociação com a Petrobras. Sem avanços, os petroleiros recomeçaram o movimento.

Houve, ainda, mobilizações e protestos na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e na Usina do Xisto (SIX), no Paraná. Nas duas unidades, os trabalhadores também aprovaram a greve e devem iniciar o movimento nos próximos dias.

Nas demais bases da FUP, a categoria segue em assembleia. O movimento cobra da Petrobras condições seguras de trabalho, o fim do assédio moral a trabalhadores, a manutenção dos empregos e o respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Além disso, a mobilização quer chamar a atenção da população para os prejuízos da “privatização aos pedaços” da Petrobras, que a atual gestão está promovendo, como a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o Fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, valor abaixo do mercado.

“A greve se faz necessária porque a gestão da Petrobras insiste em não negociar pontos sensíveis para a nossa categoria. Sempre estamos dispostos à negociação e ao diálogo, mas, infelizmente, a empresa não tem valorizado essa característica. Mesmo quando propõe mesas de negociação, a Petrobras ignora nossas reivindicações e não faz contrapropostas”, explica o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Desinvestimento

Além das reivindicações da categoria, Bacelar reforça que a mobilização quer mostrar à sociedade os impactos que a política de desinvestimento da atual gestão da Petrobras terá sobre a população e a própria companhia.

“Os ativos vendidos e à venda, com raríssimas exceções, têm valor presente líquido positivo e podem gerar lucros para a Petrobras por muitos anos. No entanto, alegando um endividamento bastante questionável, a gestão da empresa se desfaz de verdadeiras ‘galinhas dos ovos de ouro’. No final, a conta também será paga pela população, já que o governo federal é o maior acionista da Petrobrás”, destaca.