Segundo relatos de vítimas, a Polícia Militar de São Paulo iniciou um novo método de abordagem contra pessoas negras. A ação consiste em rasgar o dinheiro de quem é abordado para gerar constrangimento.
Em entrevista aos jornalistas Juca Guimarães e Paulo Eduardo Dias, do Ponte Jornalismo, o ator Ronald Silveirah revelou ter sido uma das vítimas.
Silveirah conta que foi abordado por uma viatura quando saia do trabalho com direção a um curso de interpretação e cinema - informação que os policias não aceitaram. Os PMs rasgaram o RG e parte do dinheiro que ele levava - R$ 1050.
Além de rasgar cédulas, os oficiais roubaram parte do faturamento do jovem, que trabalhava como ajudante de pedreiro para se sustentar. Ele conta que voltou para casa apenas com R$ 155.
“Eu falei novamente que estava indo para o curso, foi quando o PM falou: ‘já que você não quer falar a verdade…”, e ele começou a rasgar nota por nota. Ele rasgou umas cinco notas e colocou umas rasgadas no bolso e falou a frase completa: ‘já que você não quer falar a verdade é metade para você e metade para mim'”, relatou.
Segundo o padre Júlio Lancellotti, integrante da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, um casal de moradores de rua também passou pela mesma experiência e teve o dinheiro destroçado pela PM quando tentava comprar um botijão de gás.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que "a PM esclarece que não localizou denúncias com as características mencionadas pela reportagem".
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