Povo indígena Tremembé denuncia invasão de território no Maranhão

"As árvores foram cortadas e jogadas junto com a terra para dentro do rio, que já agoniza com o esgoto que ‘recebe’ dos residenciais que circundam o território”, relata Raquel Tremembé, uma das lideranças indígenas

Foto: Povo Tremenbé de Engenho
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Dias depois dos Wajãpi denunciarem invasão de garimpeiros a seu território, o povo Tremenbé de Engenho alertou que nesta terça-feira (30) tratores e motosserras avançaram sobre seu território no município de São José de Ribamar, no Maranhão, destruindo árvores nativas, algumas com mais de 150 anos, frutíferas e a vegetação nativa. "As árvores foram cortadas e jogadas junto com a terra para dentro do rio, que já agoniza com o esgoto que ‘recebe’ dos residenciais que circundam o território”, relata Raquel Tremembé, uma das lideranças indígenas. "As árvores e os rios pedem socorro no Território Tremembé de Engenho. É o que a Constituição Federal e as Convenções Internacionais nos garante. É o que nossa mãe terra merece”, completou. O Povo Tremembé vem denunciando loteamento ilegal, invasões e ameaças aos mais diversos órgãos ambientais e secretarias de proteção, e até agora, nada foi feito. Os indígenas também denunciam o presidente da Associação Abrangentes do Estado do Maranhão (AABRAEMA) por "continua ganância de produzir conflitos, negociando lotes no Território Tremembé". “Na segunda-feira (29) o presidente da AABRAEMA trouxe para o Território dos Tremembé um representante da Associação de Trabalhadores da Mata, conhecido pelos plantios em outras áreas na região de São José de Ribamar, pelas suas parcerias e por receber investimentos públicos para suas áreas de produção”, contou Raquel. Segundo o Conselho Indígena Missionário (CIMI), a entrada de invasores no território tem colocado em risco o modo de viver deste povo. O CIMI relata que, em dezembro de 2018, os Tremembé foram despejados de sua terra tradicional com truculência, e tiveram suas roças destruídas por tratores.