PSOL vai acionar MPF contra elogios de Mourão e ministro da Defesa à ditadura

"Quem defende a ditadura se comporta como genocida", afirmou o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ)

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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) informou, na tarde desta terça-feira (31), que a bancada de seu partido na Câmara dos Deputados entrará com uma ação no Ministério Público Federal (MPF) contra o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e contra o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão.

Tanto o ministro quanto o vice-presidente fizeram elogios ao golpe militar de 1964, que completa 56 anos nesta terça-feira. Azevedo e Silva divulgou um texto em que afirma que a ditadura representa "um marco para a democracia brasileira". Já Mourão comemorou a data dizendo que as Forças Armadas "intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população".

A ação do PSOL no MPF se dá justamente por conta dessas declarações.

"É inaceitável a declaração do ministro da Defesa. Inaceitável declaração do vice-presidente que, saudoso da ditadura, chama o golpe de movimento de 64, diz que foi para pra garantir a democracia. Isso é um desrespeito a todas as pessoas mortas, desaparecida, desrespeito com todas as pessoas que têm compromisso com a democracia", afirmou Freixo em live feita nas redes sociais.

Na transmissão ao vivo, Freixo deu uma espécie de aula de história para detalhar o que aconteceu, de fato, no período da ditadura, e afirmou que o Brasil hoje é um país tão desigual muito por conta das reformas de base que João Goulart queria fazer e que foram interrompidas com o golpe e os anos de chumbo subsequentes.

"O golpe militar de 64, com apoio de setores da alta economia, de uma elite brasileira, custou muito caro à democracia. Muitos órgaos se desculparam, mas outros são saudosos. Saudosos da tortura, da violência, não aceitam que as escolas possam falar sobre sua memória. Contrariando, inclusive, uma tradição da América Latina", disse o parlamentar, que também não poupou críticas a Jair Bolsonaro, relacionando seus constantes elogios à ditadura com a sua postura negligente diante da pandemia do coronavírus.

"Não é à toa a posição de Bolsonaro frente ao cortonavírus, ele não tem compromisso com a vida e nunca teve. Alguém que defende a tortura, alguém que tem como referencia Ustra e Médici não pode dar valor a vida", pontuou o deputado.

E completou: "Quem defende a ditadura se comporta como genocida, e Bolsonaro se comporta como genocida. Será denunciado como genocida. Terá responsabilidade sobre as mortes que ocorrerão no Brasil".

Assista ao anúncio de Freixo sobre a ação no MP.