
Lais Aparecida da Silva, rainha do carnaval de Belo Horizonte de 2020 e enfermeira, foi à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas (Decrin) nesta quinta-feira (3) apresentar provas contra o homem que a atacou através do Whatsapp com injúrias raciais após ela recusar um pedido de encontro.
“Vir aqui hoje é representar toda uma população que sofre desde o nascimento com o constrangimento, a exclusão. O povo negro já nasce com peso nas costas por causa da cor da pele. A gente é menosprezado a todo momento”, disse à jornalista Deborah Lima, do Estado de Minas.
No boletim de ocorrência registrado na terça-feira (1), Laís lista mensagens em que o homem usa termos racistas para atacá-la. “Você é uma macaca, arrogante, idiota. Olha pra você, no máximo o que você serve é pra poder saciar o fetiche de alguém”, diz uma das mensagens.
O autor ainda não foi identificado e teria usado mais de uma conta para atacar a enfermeira.
“Terem me colocado como se eu fosse apenas um objeto me feriu muito e ferem outras mulheres também que passam pela mesma situação. Acho que a gente precisa se unir pra tentar colocar um fim nisso. A gente sabe que não vai ser hoje, não vai ser amanhã, mas a gente tem que continuar nossa luta”, disse ainda.