Sem contato com familiares, jovens do sistema socioeducativo promovem rebelião no RJ

"É preciso buscar outros meios desses meninos verem suas mães”, disse líder de movimento de mães

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Isolados das famílias e vítimas de maus tratos, os jovens internados no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) do Rio de Janeiro promoveram uma rebelião neste sábado (18) contra a limitação do contato com as famílias.

Segundo Mônica Cunha, coordenadora do Movimento Moleque e representante das mães que tem seus filhos no sistema educativo, as famílias entendem a restrição às visitas, mas pedem outras formas de contato.

"A gente entende a não visitação nesse momento por conta do contágio. Mas o que a gente não pode é deixar esses meninos sem entender porque está sem visita. Não podemos deixar essas mães nessa situação. É preciso buscar outros meios desses meninos verem suas mães”, declarou.

Para Cunha, que fundou o coletivo Moleque há 17 anos após ter seu filho menor de idade preso e executado por ação das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro, a revolta era anunciada. "Foi uma rebelião anunciada, por falta desses filhos conseguirem ver suas mães, por estarem vivendo torturas absurdas em tempos de pandemia", disse.

Segundo o Sindicato de Servidores do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (SindDegase), 100 dos 300 jovens da unidade Dom Bosco do Degase, na Ilha do Governador, promoveram a rebelião. A Polícia Militar acionou o Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e o Batalhão de Policia de Choque e utilizou bombas de gás lacrimogênio para conter os jovens.

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