Trabalhadores negros foram levados do Maranhão para serem escravizados em fazendas de Santa Catarina

Operação do Detrae resgatou nove maranhenses vivendo em condições análogas à escravidão na zona rural de Ituporanga, interior catarinense

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Uma operação montada pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (DETRAE), da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério da Economia, resgatou nove trabalhadores rurais que atuavam em situação análoga à escravidão em Ituporanga (SC).

Reportagem do jornalista Leonardo Sakamoto, do portal Uol, revelou na terça-feira (4) que cinco desses trabalhadores resgatados pagaram R$ 50 por uma oportunidade de trabalho anunciada em Timbiras (MA) que previa três meses de serviço bom e despesas pagas.

Seis dias e 3.345 quilômetros depois, os trabalhadores acabaram parando na mão de fazendeiros. Em SC, os maranhenses permaneceram sob péssimas condições de higiene, dormindo no chão em uma casa caindo as pedaços em meio ao frio, segundo o coordenador da fiscalização, o auditor fiscal Cláudio Secchin.

"Nenhum trabalhador possuía registro e, consequentemente, eles estavam sem direitos trabalhista, previdenciário ou social", disse Secchin. "Sem saber, pagaram para entrar no ônibus e serem explorados", completou.

"Ouvir de um trabalhador que os fazendeiros vinham buscar o que tinham comprado remete à imagem que a sociedade tem da escravidão antiga", avaliou a auditora Vanusa Vidal Zenha. Os 9 regatados eram negros.

Leia a reportagem completa na coluna do Leonardo Sakamoto

Atualização às 17h de 06/08: Correção da informação sobre a autoria da operação, que foi planejada pelo Detrae, órgão responsável por coordenar o Grupo Especial de Fiscalização Móvel