Banco Central intervém para conter inflação e Copom deve anunciar novo aumento da Selic

A última vez em que tal cenário econômico ocorreu foi no final da gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso

Banco Central Foto: Antônio Cruz/Agência BrasilCréditos: Divulgação
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Com o objetivo de conter a inflação, que tem tornado a vida dos brasileiros mais cara a cada dia que passa, o Banco Central está promovendo o mais forte choque de juros em quase 20 anos.

Além disso, hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar aumento de 1,5 da taxa Selic, que pode chegar a 9,25%. Em nove meses, o aumento deve somar 7,25 pontos percentual.

Cenário semelhante só se deu durante o fim da gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) quando, à época, o Banco Central também interveio com choque de juros e a taxa Selic subiu 7,5% em apenas três meses.

Segundo informações do Estadão, é esperado para hoje o "remédio amargo" de 1,5 ponto percentual. Caso a projeção se confirme, será a sétima alta da taxa Selic neste ciclo monetário, que teve início em março.

O aumento dos juros incidem diretamente em taxas bancárias mais caras, encarecimento do crédito e, consequentemente, faz com que as pessoas gastem menos e os investimentos também diminuem.

Índice Geral de Preços acumula inflação de 16,28% no ano

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que é medido pela Fundação Getúlio Vargas, registrou deflação (queda de preços) de 0,58% em novembro.

De acordo com o estudo, o índice registrou inflação de 1,60% no mês de outubro. Em novembro de 2020, a alta dos preços ficou em 2,64%.

Apesar do recuo registrado em novembro, o IGP-DI acumula inflação de 16,28%. Em 12 meses, o acumulado é de 17,16%.

Segundo a análise da FGV, a queda da taxa de outubro para novembro foi puxada, principalmente, pelos preços no atacado, que são medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

Outro índice que registrou queda é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apesar de ter recuado, ainda registrou inflação ao passar de 0,86% para 0,67%.

Todavia, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 1,08% em novembro, frente a 0,77% registrado em outubro.

Os setores de Transportes e habitação registram altas: 3,07% e 0,56%, respectivamente.

Em seu estudo, a FGV destaca a alta de dois itens: gasolina (7,44%) e condomínio residencial com alta de 1,43%.

Com informações do Estadão