ECONOMIA

Importadores querem aumento de até R$ 1,22 no diesel e R$ 1,10 na gasolina

Associação acusa Bolsonaro de interferir na Petrobras para segurar aumentos. Defasagem desde o último reajuste, há 49 dias, explodiu devido à alta do petróleo no mercado internacional por causa da guerra.

Jair Bolsonaro, Silva e Luna e Flávio Bolsonaro na Gaslub, da Petrobras, no Rio.Créditos: Alan Santos/PR
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O aumento do preço do barril do petróleo Brent, que ultrapassou US$ 112 nesta quarta-feira (2) diante da guerra na Ucrânia, está provocando uma queda de braço entre importadores, direção da Petrobras e o governo Jair Bolsonaro (PL).

Como a Petrobras segue a Política de Paridade Internacional (PPI) desde o governo de Michel Temer (MDB) - e que foi mantida por Bolsonaro -, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) diz que há uma defasagem de R$ 1 no preço do litro do Diesel e de R$ 0,80 no da gasolina em relação ao último reajuste, feito há 49 dias.

Com a oscilação constante em razão da guerra, que tem puxado os preços para cima, a entidade acredita ainda que essa defasagem chegou a 25% - o equivalente a R$ 1,22 no diesel e de R$ 1,10 na gasolina - nesta quarta, quando o petróleo bateu novo recorde nos mercados internacionais.

A associação, que representa clientes brasileiros das grandes empresas petrolíferas transnacionais, acusa o governo Jair Bolsonaro (PL) de ingerência na Petrobras para segurar o preço dos combustíveis.

Com a cabeça fixa na campanha eleitoral, Bolsonaro tem feito de tudo para que o presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna, segure os preços dos combustíveis, que geram efeito cascata na economia e alavancam ainda mais a inflação.

Na semana passada, Bolsonaro deu desgastes da relação usando uma antiga estratégia para fritar o militar dizendo que ele ganha “mais de R$ 200 mil por mês” e “tem que trabalhar e apresentar a solução” para a alta nos combustíveis.

O presidente insiste em dizer que o preço exorbitante dos combustíveis é resultado de impostos cobrados nos estados e não da dolarização. Mas, a crise econômica e agora a guerra na Ucrânia vem deixando Bolsonaro cada dia mais sem argumentos para defender sua tese fajuta.