GOVERNO BOLSONARO

Petrobras: Dividendos bilionários a acionistas causam impacto nefasto na vida dos brasileiros

Cinco meses após entregar R$ 101 bilhões a acionistas, Petrobras aprovou novo aporte, de R$ 44,56 bilhões que serão distribuídos a agentes do sistema financeiro. Política foi imposta por Temer e mantida por Bolsonaro.

Michel Temer, que implantou PPI na Petrobras, e Bolsonaro, que manteve a política que privilegia acionistas.Créditos: Presidência da República
Escrito en ECONOMIA el

O anúncio de distribuição de mais R$ 48,5 bilhões a acionistas, aprovado nesta quinta-feira (5) pelo conselho de administração da Petrobras - cinco meses após a estatal enviar R$ 101 bi aos mesmos agentes do sistema financeiro -, é fruto de uma política implanta na estatal pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL) que gera "seus impactos nefastos no custo de vida dos brasileiros", segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

A distribuição foi anunciada juntamente com o lucro de R$ 44,56 bilhões que a Petrobras registrou no primeiro trimestre de 2022. O valor superou largamente a projeção feita pelo instituto, que previa um lucro líquido de R$ 42,6 bilhões com R$ 27,6 bilhões de dividendos.

"A distribuição de dividendos no valor de R$ 48,4 bilhões, relativa ao exercício de 2022, conforme anunciado pela Petrobras, surpreende, pois representa cerca de metade do valor distribuído ao longo de todo o ano de 2021", diz o pesquisador Mahatma dos Santos, do Ineep, em comunicado.

Segundo a nota, o resultado só foi possível em virtude do expressivo aumento das receitas de vendas nos mercados interno e externo, impulsionadas tanto pelas altas dos preços do petróleo no mercado internacional, quanto pela forte elevação dos preços médios de venda dos derivados internamente.

"A manutenção da política de preços de paridade de importação (PPI) revelou-se, mais uma vez, elemento central da estratégia de geração de valor da companhia, a despeito dos seus impactos nefastos no custo de vida dos brasileiros”, emenda Santos.

Segundo ele, há uma relação intrínseca entre o aumento dos preços dos combustíveis e dos lucros dos acionistas da estatal brasileira.

"Como dito pela direção da empresa, hoje seu foco ou “pilar” é “gerar e distribuir valor” e, eu acrescento, em especial aos seus acionistas privados", diz Santos, que participou do estudo que fez a projeção dos lucros e dividendos da companhia.

Leia a entrevista com o pesquisador Mahatma Santos, do Ineep, na íntegra.