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"Bolsonaro debocha dos brasileiros": Petroleiros criticam aumento dos combustíveis

Para a FUP, a política de preços da Petrobras deveria ter sido combatida desde o início do governo, caso Bolsonaro realmente se importasse com os aumentos

Jair Bolsonaro abraçado a Paulo Guedes, defensor da política de preços da Petrobras.Créditos: Foto: Alan Santos/PR
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) criticou o novo aumento nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras nesta sexta-feira (17). Para os petroleiros, o anúncio expõe a contradição entre o discurso eleitoreiro de Jair Bolsonaro (PL) e a política de preços adotada pela companhia.

"O novo aumento do diesel e da gasolina é mais um descaso do governo Bolsonaro com o trabalhador brasileiro, a maior vítima da disparada dos preços dos derivados e descontrole da inflação", disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

"Bolsonaro debocha dos brasileiros com seu discurso eleitoreiro contra reajustes de combustíveis, enquanto mantém a política de preço de paridade de importação (PPI), com aumentos baseados no preço internacional do petróleo, variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo, com custos em real. E, agora, a quatro meses das eleições, Bolsonaro se diz contrário às altas dos derivados, as quais deveria ter combatido desde o início de seu governo”, completou. Apesar de Bolsonaro ter criticado os aumentos, o Ministério da Economia defende a manutenção da PPI.

Com esses novos aumentos, no governo Bolsonaro - entre janeiro de 2019 e 17 de junho de 2022 - o diesel nas refinarias subiu 203%, a gasolina, 169,1% e o GLP 119,1%, segundo dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção FUP). Enquanto isso, o salário mínimo aumentou 21,4% no período.

O aumento foi anunciado na mesma semana em que foi aprovado no Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar (PLP 18), que reduz o ICMS sobre combustíveis. O projeto foi bastante criticado pela oposição e por economistas por não apresentar uma medida firme para controlar os preços, apenas um paliativo.