DIVIDENDO

Defensor das privatizações, governo Bolsonaro comemora lucro recorde das estatais

Estatais devem render mais de R$ 100 bi em dividendos ao governo federal; Paulo Guedes, defensor ferrenho do “Estado mínimo” espera alcançar superávit primário com lucro das empresas públicas

Defensor das privatizações, governo Bolsonaro comemora lucro recorde das estatais.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Apesar do discurso favorável às privatizações, inclusive da Petrobras, uma das estatais que mais gera lucros ao país, o governo Bolsonaro, nos bastidores, comemora a possibilidade de passar da marca de R$ 100 bilhões em dividendos a serem recebidos neste ano de estatais após o pagamento recorde da Petrobras pelo lucro referente ao segundo trimestre. 

O ministro Paulo Guedes que, na frente das câmeras e em diálogo com investidores defende a venda de todas as empresas públicas, comemora o dividendo recorde, pois, acredita que, com o lucro recorde da Petrobras, o governo pode registrar superávit primário na gestão central (que soma Tesouro, Banco Central e Previdência). 

No primeiro semestre deste ano, o Tesouro Nacional Registrou o recebimento de R$ 44,9 bilhões em dividendos de todas as estatais. Com o pagamento de cerca de R$ 25 bilhões da Petrobras, o número vai subir para ao redor de R$ 70 bilhões. 

O governo ainda conta com a entrada de receita de outros dividendos da Petrobras no terceiro trimestre e também os ganhos a serem repassados ao Tesouro por outras empresas, que deve ser turbinado pelo pedido de ampliação de recursos feito pelo governo às maiores estatais, principalmente a Caixa e o BNDES. 

A gestão de Jair Bolsonaro já tinha pedido ao BNDES um repasse turbinado de recursos neste ano, que já foram pagos, a saber o valor de R$ 18,9 bilhões relativos aos lucros de 2020 e 2021 que entraram em 2022. 

 

Petrobrás pagará dividendos recordes a acionistas; R$87,8 bilhões

 

A Petrobrás aprovou, nesta quinta-feira (28), a distribuição de R$87,8 bilhões de reais em dividendos aos seus acionistas. O valor é referente ao segundo trimestre de 2022 e é um recorde para semelhante período, superando o trimestre anterior em 81%; na ocasião foram distribuídos R$48,5 bilhões.

Será pago o valor de R$ 6,73 para cada ação da empresa em circulação. O montante será pago em duas vezes, a primeira em 31 de agosto e a segunda em 20 de setembro.

Acionista majoritário da estatal, o governo federal irá receber cerca de R$32 bilhões da empresa - incluídos nos pagamentos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o BNDESPar, braço do banco público no mercado financeiro.

Em nota a estatal afirma que o dividendo recorde está de acordo com a Política de Remuneração aos Acionistas e é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia. 

Mas a aprovação dos dividendos vem em um contexto em que na última segunda (25), Esteves Conalgo, secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, solicitou que as estatais federais pagassem mais dividendos ao governo federal a fim de repor gastos previstos pela polêmica PEC dos Auxílios.


Lula diz que, caso eleito, vai mudar política de preço da Petrobras 

 

O ex-presidente Lula, que é pré-candidato do PT à presidência da República, declarou na manhã desta quarta-feira (27), em entrevista ao UOL que, caso seja eleito, vai alterar a atual política de preço. 

"Pretendo mudar a política de preço da Petrobrás. Ela tem que ser em função dos custos e gastos reais do povo brasileiro. Essa história de internacionalizar [o preço] é para agradar acionistas em detrimento de milhões de brasileiros", disse Lula. 

Em seguida, o ex-presidente criticou a privatização da BR Distribuidora e afirmou que a Petrobrás não pode ser tratada apenas como uma empresa de petróleo, mas sim com uma empresa de energia e afirmou que a estatal tem potencial para estar entre as três maiores empresas energéticas do mundo.


 

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