FINANCIAMENTO VERDE

Brasil aporta US$ 1 bi em fundo global para preservar florestas, meta é U$ 125 bi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na Indonésia o investimento inicial no TFFF, iniciativa liderada pelo Brasil para remunerar países que mantêm suas florestas em pé

Área reflorestada na Reserva Extrativista Marinha de Caeté-Taperaçu, na Amazônia.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
Escrito en ECONOMIA el

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na manhã desta quinta-feira (23), na Indonésia, que o Brasil fez um aporte inicial de U$ 1 bilhão de dólares no Tropical Forests Forever Fund (TFFF), o novo fundo global para remuneração de países que mantêm suas florestas em pé. Nos bastidores, o Brasil já conversou com outras nações que demonstraram interesse no assunto, mas ainda não fizeram investimentos.

Entre os países com quem as conversas foram articuladas como potenciais investidores, estão Alemanha, Noruega, Reino Unido, França, Estados Unidos da América (EUA) e Emirados Árabes Unidos (EAU). Contudo, outros países já entraram na rodada de conversas além do Brasil, como a Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia – cujas conversas devem se intensificar nesta semana, com a presença do presidente Lula na Ásia.

A expectativa, agora, é que haja conversas também com o bloco europeu de forma mais intensa, mas o fato é que a diplomacia e técnicos brasileiros articulam globalmente o assunto, não deixando ninguém de fora, tendo em vista que o fundo é liderado pelo Brasil e há parceria com oito países da América do Sul, além da Indonésia e outras nações tropicais.

Mais cedo, o presidente Lula defendeu a soberania nacional por meio do sistema de pagamentos Pix e o TFFF, durante discurso em sua viagem à Indonésia, nesta quinta-feira (23). Ele afirmou que o Brasil não aceitará mais a lógica de “pedir esmola” para preservar suas florestas 

O TFFF

Tropical Forests Forever Fund (TFFF) é um fundo internacional proposto pelo Brasil e aprovado pelo Banco Mundial que visa remunerar países que preservam suas florestas, e começou a ser desenhado há dois anos dentro do Ministério da Fazenda, a partir de uma proposta que ganhou corpo durante a COP28, em Dubai.

O modelo, que tem uma meta de captação de US$ 125 bilhões, é considerado 50 vezes maior que o Fundo Amazônia e pretende criar renda verde permanente, sem depender de ciclos políticos ou doações ocasionais. O TFFF será formado por uma carteira de investimentos de longo prazo, cujos rendimentos anuais financiarão os pagamentos aos países preservacionistas.

A meta é que, dos US$ 125 bilhões, 20% dos recursos venham de governos e 80% de investidores privados, como fundos de pensão, seguradoras e fundos soberanos, que receberão retornos de mercado em um ativo considerado de alta segurança (rating AA ou AAA).

O fundo deve beneficiar, além do Brasil, os países do Congo e do Sudeste Asiático, regiões que abrigam as outras grandes florestas tropicais do planeta. A promessa é criar um sistema duradouro e previsível de pagamentos por resultados ambientais, com o Banco Mundial atuando como garantidor internacional.

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