A Porsche registrou queda de 99% em seu lucro operacional nos nove primeiros meses de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado, em meio a dificuldades no mercado chinês, custos adicionais ligados a baterias e impactos tarifários nos Estados Unidos.
De acordo com o balanço divulgado pela empresa, os ganhos operacionais entre janeiro e setembro somaram 40 milhões de euros, ante 4,035 bilhões de euros um ano antes. A companhia atribuiu o desempenho às “difíceis condições de mercado” na China, aos custos extraordinários relacionados à produção de baterias e ao impacto de barreiras comerciais norte-americanas.
A marca está sob o guarda-chuva da Volkswagen, que também tem enfrentado dificuldades financeiras no último ano.
A Porsche afirmou que os desafios externos e ajustes internos afetaram a rentabilidade neste ano. Como parte de sua estratégia, a empresa decidiu retomar o foco em alguns modelos a combustão, suspendendo etapas de projetos de eletrificação após avaliação de desempenho comercial.
“Nossos resultados de este ano refletem as cargas derivadas de nossa reorientação estratégica. Porém, essas medidas são essenciais. Aceitamos conscientemente indicadores financeiros temporariamente mais fracos para reforçar a resiliência e a rentabilidade de longo prazo”, declarou Jochen Breckner, responsável pelas finanças na diretoria-executiva.
No terceiro trimestre, a montadora reportou receita de 8,7 bilhões de euros, recuo de 4% na comparação anual. O lucro operacional consolidado ficou negativo em 967 milhões de euros, afetado por despesas entre 1,7 bilhão e 1,8 bilhão de euros com reestruturação de produtos. Ao excluir esses encargos, a margem operacional ficou em 9,6%, ainda acima das expectativas, o que motivou uma alta nas ações da empresa.
O cenário adiciona pressão ao conglomerado Volkswagen, que já convive com custos elevados na transição para veículos elétricos, concorrência crescente de fabricantes chineses e medidas protecionistas em mercados estratégicos.