As exportações de café brasileiro para a Colômbia aumentaram 461% em setembro: é o que mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior do Brasil divulgados nesta segunda-feira (6).
Com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos de exportação do Brasil, o café — taxado em 50% — já havia encontrado rotas de escoamento para outros mercados. Foi o caso da Rússia, que bateu seu recorde de importações do café brasileiro em 2025, com 732,3 mil sacas no total do primeiro semestre.
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O crescimento expressivo do comércio cafeeiro com a Colômbia envolveu a exportação de 7.057 sacas em um mês, um crescimento de 129% em relação a agosto e de mais de 460% se comparado ao mesmo período do ano passado.
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A Colômbia também é uma líder em produção de café do tipo arábica lavado, de qualidade internacional reconhecida. Em 2024, sua produção foi de 13,9 milhões de sacas de 60 kg, e as exportações cresceram cerca de 16%.
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as exportações para o parceiro sul-americano aumentaram cerca de seis vezes em agosto, logo no primeiro mês da tarifa de 50% adotada pelos EUA, que costumavam ser o principal mercado para as exportações de café brasileiro.
Com o México, as exportações subiram de 132 mil sacas, em agosto de 2024, para 251 mil em agosto deste ano.
Acredita-se que os dois países estejam aproveitando a inundação do café brasileiro no mercado para a revenda aos EUA por outras vias, já que não enfrentam as tarifas impostas pela administração trumpista.
Outra preocupação é que os produtores colombianos — cujo café é considerado de mais alta qualidade em relação ao brasileiro e vendido a preços maiores — estejam misturando o café brasileiro ao nacional a fim de diminuir os custos de produção.
O café conilon, o principal tipo usado para a produção de café solúvel, e que não é produzido nem pelo México nem pela Colômbia, mas é exportado pelo Brasil, representou 36% do total do café brasileiro importado pela Colômbia e 78% das importações mexicanas.
Isso também pode indicar, de acordo com especialistas, uma propensão de que esses países transformem o conilon em café solúvel e o enviem aos EUA em seguida.
De acordo com informações da Secex, os efeitos do tarifaço norte-americano não estão sendo os esperados por Trump, pelo menos nos produtos do agro: a carne bovina brasileira, que recebeu uma tarifa de 76% para entrar no mercado americano, também está sendo desviada para outros destinos. Em setembro, o setor bateu recorde de 2,4 milhões de toneladas exportadas e receita de US$ 12,23 bilhões.
O aumento, de janeiro a agosto, foi de 15% no volume exportado e de 32,9% na receita em relação ao mesmo período de 2024.
Um dos principais destinos das carnes brasileiras, principalmente a carne de frango, é a China. Em seguida vêm Estados Unidos e Chile, mas o mercado se diversifica, agora, para incluir outros parceiros comerciais, como México, União Europeia e Canadá.