SUPERÁVIT

Efeito Lula: mesmo com tarifaço, Brasil bate recorde de exportações, segundo o MDIC

Com superávit de US$ 45,5 bilhões no ano e recorde histórico em setembro, governo Lula mantém o comércio exterior em alta mesmo sob o tarifaço de Trump

Brasil bate recorde de exportações mesmo com tarifaço de Trump.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en ECONOMIA el

Apesar do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump sobre exportações brasileiras, o comércio exterior do país segue em alta. Dados divulgados nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) mostram que o Brasil bateu recordes de exportação, importação e corrente de comércio tanto no mês de setembro quanto no acumulado de 2025.

De acordo com o levantamento, as exportações brasileiras somaram US$ 30,5 bilhões em setembro – alta de 7,2% em relação ao mesmo mês de 2024. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 27,5 bilhões, um crescimento de 17,7% na mesma comparação. Com isso, a corrente de comércio – soma de exportações e importações – chegou a US$ 58,1 bilhões, também o maior valor da série histórica para o mês.

Mesmo com a compra pontual de uma plataforma de petróleo de Singapura, que elevou artificialmente as importações, o saldo comercial permaneceu positivo, em US$ 2,99 bilhões. Segundo o MDIC, trata-se de uma demonstração da “resiliência e diversificação das exportações brasileiras”, em meio a um cenário internacional de tensões comerciais e medidas protecionistas.

Recordes no acumulado do ano

Entre janeiro e setembro, o Brasil exportou US$ 257,8 bilhões e importou US$ 212,3 bilhões, acumulando um superávit de US$ 45,5 bilhões. A corrente de comércio atingiu US$ 470,1 bilhões, crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período de 2024.

As exportações cresceram 1,1% no acumulado, impulsionadas pelo avanço da agropecuária (+2,1%) e da indústria de transformação (+3,7%) – setores que têm sido prioridade do governo Lula dentro da nova política industrial.

Na agropecuária, destacaram-se produtos como milho (+22,5%), soja (+20,2%) e café não torrado (+11%). Já na indústria de transformação, o destaque ficou para veículos de passageiros (+50%), carne bovina (+55,6%) e ouro não monetário (+94,4%).

Tarifaço de Trump e resposta brasileira

O governo brasileiro considera que o bom desempenho comercial é uma resposta direta ao protecionismo de Washington. O Brasil enfrenta sobretaxas sobre produtos siderúrgicos e industriais, o que poderia ter limitado o crescimento das exportações.

Ainda assim, o país tem conseguido ampliar sua presença em mercados alternativos, especialmente na Ásia e na América Latina, reforçando o discurso de diversificação comercial defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, afirmou que os dados confirmam o vigor da economia brasileira:

“Mesmo diante de um ambiente global desafiador e de políticas comerciais restritivas por parte de alguns parceiros, o Brasil mostra capacidade de adaptação e competitividade”.

Perspectivas para o restante do ano

O MDIC revisou as projeções da balança comercial para cima: o superávit estimado passou de US$ 50,4 bilhões para US$ 60,9 bilhões, com exportações totais previstas em US$ 344,9 bilhões até dezembro.

Na avaliação do governo, o resultado reforça o impacto das políticas de reindustrialização e das missões comerciais lideradas por Lula, que têm buscado ampliar acordos com países do Sul Global.

Em meio ao tarifaço norte-americano e às turbulências externas, o Brasil se destaca por manter o crescimento das exportações e consolidar o maior volume de comércio exterior da história para o período. Um feito que, segundo o próprio MDIC, “coloca o país em posição de destaque no cenário internacional e confirma que a política econômica e industrial do governo está no rumo certo”.

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